Capítulo 20. A Vitoria é Vermelho Escarlate

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Onde estás?
Estas o quê?
"- O que diziam ser a vida, não encontro em lugar algum nela os adjetivos pregados por meus mais sábios antepassados de a vida é bela, ela me parece agora algo sem cor e ironicamente sem vida".

- Pâmela Rodrigues.










Terça-feira, 16 de agosto.

Na noite anterior jantei na casa da Emília e fiquei um tempo por lá aproveitando sua companhia e quebrando a promessa de jantar com a minha mãe. E ainda ontem antes de dormir recebi uma ligação de Catherine pedindo pra faltar a aula hoje e iniciarmos o treino cedo, quando conversei com a minha mãe ela concordou em parte, eu iria a escola e estudaria até o intervalo, então eu poderia ir para o treino.

Estava tomando café da manhã quando minha mãe me informou que não poderia me deixar na escola aquele dia, o seu escritório estava com problemas e precisavam imediatamente dela lá.

_Tchau meu bem.  _beijou minha testa e colocou a bolsa no ombro.

_Tchau mãe, tenha um bom dia.  _beijei sua bochecha em resposta.

Ela saiu soprando outro beijo por cima do ombro.
Terminei de comer sozinha e lavei a louça que sujei deixando-a guardada na lava louças.
Fui até o meu quarto colocando somente dois cadernos na mochila e a atividade de substâncias químicas compostas e puras, uma simples atividade de revisão dos anos anteriores.
Conferi o celular checando se havia alguma mensagem da Emília. Estava quase atrasada aquela manhã e não perdi muito tempo me perguntando "ligaria ou não ligaria?". Decidi ir dirigindo sozinha, eu conseguia, se fosse um pouco devagar não bateria em nada, a pouco tempo tinha conseguido fazer isso perfeitamente porque não faria de novo?

Tirei o outro carro da garagem. Dirigi até a escola, vez ou outra conferindo o celular. Estacionei na outra extremidade evitando ficar perto do carro de Prissy. Conferi o horário e estava cinco minutos atrasada, mas era aula de química, a professora costumava atrasar sempre.
Adentrei as portas da escola sem encostar no armário antes, a aula de química era na sala do andar de baixo, dobrei a direita.
Para o meu azar a professora já estava lá dentro e falava com a turma.

_Bom dia. Desculpa professora pelo atraso.  _falei em um tom baixo somente para ela ouvir.

_Bom dia Phoebe, pode entrar, por favor faça dupla com alguém.

_Certo.  _olhei ao redor todos com suas duplas menos Prissy, minhas pernas travaram na entrada.  _Não tem com quem eu fazer dupla professora.

Ela olhou ao redor, seus olhos caindo em Prissy, sorriu pra mim indicando a garota.

_Prissy, não tem dupla ainda Phoebe.  _meu estômago embrulhou.   _Sente-se com ela.

Minhas mãos suaram frio com aquela possibilidade eminente.

_Ta...talvez ela esteja guardando o lugar para outra pessoa.  _desconversei.

_Posso lhe afirmar que não, só falta você.

Fechei os olhos aceitando que teria que sentar justamente com a garota que mais me odiava no mundo. Por que Emília não fazia aquela aula comigo também? Afinal onde Emília estava aquela manhã?

Forcei minhas pernas a se moverem, cada passo parecia como andar por carvão em brasa. Sentei-me na cadeira, o corpo rígido. Ela afastou sua cadeira criando uma distância maior entre nós.
De qualquer forma o sentimento era mútuo de sentar uma perto da outra.

Minha MetadeOnde histórias criam vida. Descubra agora