"Sempre foi sobre amar alguém que faz coisas erradas e que não se preocupa em mudar, porém eu continuo tentando acreditar que sim, fazendo que isso acabe mudando meus princípios e no que eu acredito, para apenas justificar as atitudes dele(a).
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Quando sentires uma inquietação, que sente algo a falar, compartilhe, conte, não oculte. Às vezes nós perdemos momentos, pessoas e coisas incríveis por causa da mentira, seja sincero(a) e seja espontâneo(a), conte tudo que você sentir, faça tudo oque você deseja."(Autor: Felipe Silveira)
Em algum lugar daquele parque ouvia-se gritos de crianças brincando, não sabia como consegui prestar atenção nisso, quando todos os meus sentidos estavam voltados apenas em uma direção, para os lábios que estavam nos meus, sua mão me apoiando para não afundarmos na água.
Nós nos separamos somente por um centímetro, nossas bocas pairando ainda muito próximas uma da outra.
Emília levantou a cabeça quebrando nosso contato visual, olhando para trás de mim em algum ponto da margem do cais, senti que enrijeceu e cerrou os dentes mudando seu semblante sereno para algo que não pude identificar._O que foi? _franzi o cenho e olhei para trás dando uma conferida no que fez ela mudar tão rápido_ _Nada! Achei ter visto alguma coisa, mas não se preocupe não foi nada!
Essa foi sua resposta rápida assim como seus olhos que se desgrudaram daquilo que havia visto e se voltaram para mim.
__Tá bom...
Foi o que consegui balbuciar em meio aos pensamentos e pensando sobre o que viria a seguir, havíamos nos beijado. Porra! Eu e minha melhor amiga haviamos nos beijado, isso era muito ruim, como ficariamos agora, fingiriamos que nada havia acontecido? O que vinha depois? As coisas já estavam ruins o bastante.
Sem saber o que exatamente dizer naquele momento me afastei consideravelmente, agora eu sentia o frio cortante daquela água, comecei a tremer e bater os dentes como se estivesse à horas ali e não minutos.
_Melhor voltarmos para o parque. __Emília sugeriu enquanto entrava na canoa e me estendia a mão para me ajudar a subir__
Balancei a cabeça concordando.
Nosso retorno foi em silêncio, algumas vezes notei olhadas furtivas de sua parte mas recusei a retribuir o olhar, temia algo que nem mesmo sabia o que era.
Ela saiu da canoa soltando um suspiro e amarrando-a no cais do mesmo modo que a encontramos.
Dessa vez eu via o caminho que tinhamos tomado, não estava mais com suas mãos cobrindo meus olhos, árvores cercavam toda a trilha de terra e pedregulhos.
No final da trilha abrindo visão para a área de piquenique Emília disse:_Vou até o carro pegar algumas roupas em uma das mochilas que trouxermos, se quiser pode me esperar no banheiro enquanto volto. _ela passou os dedos pela minha bochecha_ _Depois conversamos sobre o que aconteceu.
Assenti silenciosamente o local onde ela havia tocado ficando quente e caminhei em direcão ao que as placas indicavam ser os banheiros públicos.
Entrei, não havia ninguém ali, mas logo ouvi passos de alguém se aproximando também, virei-me afim de olhar quem era, minha surpresa não poderia ter sido maior ao constatar que era a coordenadora de nossa escola ali na minha frente, a mãe de Prissy Covey, Cinthia Covey em pessoa.
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Minha Metade
Teen FictionDuas garotas, vidas e personalidades diferentes, mesma escola e uma amizade de infância que as acompanha até a adolescência. Mas muitos problemas, desafios e confusões, e uma ameaça põe à prova essa amizade. (ATENÇÃO GATILHOS: automutilação, depress...