Capítulo 18. Dois dólares ou uma conversa misteriosa?

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Me disseram de como deveria fazer, fazer para te esquecer, mas a cada tentativa eu tento cantar a nossa canção, a que você me ensinou, por que me ensinou logo na sua hora de partir, me deixastes aqui sozinha, sofrida, arrependida, oque é seguir? Oque continua sem você? Prefiro ficar aqui ao resto da vida a lhe esperar, que partir e não voltar. Nem a maior dose de remédio poderá fazer com que esqueça você, sua medolia estará marcada em minha mente, onde vou vejo passos, seus braços e seus lábios, como se fosse você, você me abadonasse, assim como a chava do amor vive, por você eu viverei.

-Felipe Silveira













5:45 am, anunciava a tela do despertador. O calendário da mesinha ao lado escancarava sua data, segunda-feira 15 de agosto de 2022, ainda estávamos  no início do mês mas parecia ter passado metade do ano. Quer dizer, parecia que a última metade do ano já tinha passado. Bem que poderia já ser Natal e esquecer um pouco dos dias corridos da escola.

Ao me erguer da cama gemi em protesto, meu corpo estava dolorido pela má noite de sono. Havia sido uma madrugada agitada e cada vez que abria os olhos a noite ou mesmo com as pálpebras fechadas os pensamentos sombrios envolvendo ameaças me acompanhavam.

Joguei os cobertores para o lado e tirei o celular do carregador, dando uma conferida nas notificações, não tinha nada, era cedo demais para qualquer pessoa me mandar mensagem.

Com o celular ainda na mão abri o Instagram e pesquisei por Prissy Covey, o primeiro resultado deu o perfil dela, fiquei curiosa para saber que tipo de fachada ela mostrava para as outras pessoas. Rolei seu feed, fotos na frente da escola com amigos, imagens de lugares luxuosos e viagens para outros países, tinha até mesmo um vídeo seu dando uma palestra em algum lugar sobre "Dependência química entre os jovens". O que era bastante irônico, ela era totalmente diferente do que mostrava ao público. As coisas dificilmente são o que aparentam ser, os seres humanos passaram a mostrar uma face sua que eram sempre pensada. Não poderia julgá-los, eu também passava uma imagem um tanto diferente da minha verdadeira eu, aquela que habitava meus pensamentos, talvez, ninguém nunca mostrou o seu verdadeiro "eu" a sociedade.

Sacudi a cabeça afastando tais pensamentos filosóficos tão cedo. Não sabia o que esperar daquela manhã, era melhor sempre começar o dia sem muitas expectativas, evitar frustações era bom por um dia.


A escola não tinha um uniforme em específico, tinha regras do que era adequado usar em uma escola, então naquela manhã eu me arrumei, tinha dias que não dava muito atenção a minha aparência, então havia caprichado um pouco mais, uma maquiagem consistindo em delineado, blush, iluminador e rímel, a roupa coloquei algo que me aquecesse no ar condicionado da escola, calça social preta, blusa branca, casaco bege e uma mary jane nos pés. Me movimentei nervosa na frente do espelho, estava bonita, dava pra perceber que me esforcei demais? Não queria dar essa impressão. No fundo talvez eu quisesse sim passar essa impressão.

Um toque seguido de uma vibração fez meu celular tremer, abri o aparelho e uma mensagem da Emília perguntado se eu queria uma carona para a escola apareceu. "Melhor não" respondi, "Acho que é melhor não abusar da sorte outro dia, não quero minha mãe dando sermão sobre nossa amizade tão cedo".

Sorri para a tela, sua mensagem dizia, "Ela não precisa saber". Devolvi, "Você é impossível". "Vou ver o que faço, me espere na próxima esquina".

Chequei a mochila conferindo se estava tudo certo e desci. Minha mãe estava se arrumando também para ir ao escritório trabalhar. Não foi fácil convencê-la de que não precisava de carona naquela manhã, ela parecia ainda mais desconfiada porém não disse nada, mas seus olhos suspeitos entregavam-na.

Minha MetadeOnde histórias criam vida. Descubra agora