Laços de Amor

O dono do seu coração

Já havia se passado mais de uma semana daquele beijo e Eugênio ainda não havia conseguido falar com Violeta. Isadora percebeu tudo, então novamente bolou um plano com Arminda para que os dois se encontrassem. 

- Certo, Arminda. Então estamos combinadas?

-Pode deixar que vou fazer tudo como você pediu. -Sorriram, travessas.

O plano de Isadora era fingir desmaio no banheiro para que seu pai fosse buscá-la, e assim se encontrar com Violeta.

Violeta estava em sua sala quando dona Iara entrou de forma abrupta anunciando que tinham uma emergência, pois Isadora estava desmaiada no banheiro. Quando ouviu aquilo seu coração acelerou e tudo ficou preto, parecia não escutar nada, só queria correr ao encontro da pequena e garantir que nada de mal acontecesse com ela. Não sabia porquê, mas sentia algo muito forte pela menina, e só de imaginar que algo de ruim poderia acontecer com ela, seu coração ficava apertado.  Entrou feito um furacão e encontrou Isadora caída no chão, com Arminda ao lado segurando a mão dela.
- Isadora! - Se sentou ao lado da menina, preocupada- Isadora, pelo amor de Deus fala comigo! Isadora! - Abraçou a menina, desesperada. Nesse momento Isadora começou a dar sinal que ia acordar.

- Parece que ela está acordando... - Falou Arminda.

- O que... O que está acontecendo? - Disse a menina, demonstrando confusão.

- Você desmaiou, amiga - Arminda falou parecendo muito preocupada.

- Meu amor! - Violeta a abraçou- Como se sente?

- Um pouco tonta... Por favor, peça para meu pai vir aqui, só me sinto segura com ele perto de mim.

Violeta pediu que dona Iara ligasse para Eugênio, que chegou rapidamente ali. Violeta havia levado Isadora para sua sala e a menina estava deitada no sofá, com a cabeça no colo de Violeta, que fazia carinho em seu cabelo. Eugênio entrou desesperado na sala.

- Isadora! - A abraçou forte- O que aconteceu, meu amor? Está tudo bem? - Olhava minuciosamente a menina para ver se havia algo de errado com ela - Sente alguma coisa? Está doendo?

- Não papai, agora estou bem. Não sinto dor. Violeta cuidou muito bem de mim... Como uma mãe, sabe?

Nessa hora os olhos de Eugênio foram ao encontro dos de Violeta. Estava tão atordoado que nem teve tempo de olhá-la quando entrou na sala. 

- Obrigado por cuidar tão bem da minha filha. 

- Não precisa me agradecer, você sabe que tenho grande apreço por Isadora. - Sorriu, sem graça.

- Papai, vou esperar você lá fora. A Arminda está preocupada, vou lá falar para ela que já estou bem. - Se levantou rapidamente sem que Eugênio pudesse responder. Quando saiu, fechou a porta. Eugênio então se sentou no sofá, ao lado de Violeta.

- Não consigo tirar o nosso beijo da minha cabeça.

- Pois deveria, Eugênio. Foi um erro. Você é casado!

- Com uma mulher que não amo! E que irei me separar em breve, inclusive já dei entrada nos papéis hoje mesmo.

Violeta ficou surpresa com a notícia.
- Por acaso está fazendo isso...

- Por você. Por nós dois. - Eugênio pegou em suas mãos. - Violeta... Não percebe que eu estou completamente apaixonado por você?

Ela ficou sem reação, e em um impulso se levantou, ficando de costas para Eugênio.

- Eu não posso retribuir, Eugênio. - ele se levantou e tocou em seus braços por trás, a fazendo arrepiar com aquele toque. - Sou uma mulher quebrada, há muito tempo perdi a capacidade de amar. Sou uma mulher dura, fria...