Novo amor?

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- Como vai, senhor Eugênio? - Forçou simpatia.

- Muito bem, senhora Violeta. - Retribuiu o sorriso falso.

- Amigos! - Violeta sorri para os pais de Arminda - Há quanto tempo não nos vemos!

- Temos que marcar algo, Violeta. - Disse Julia.

- Que tal se todos nós fossemos almoçar em um restaurante bem legal? Eu, Arminda, dona Violeta, papai... - Isadora disse.

- Uma ótima ideia, Dorinha. - Disse Julia. - Podemos marcar em breve.

- Minha filha, a dona Violeta é uma mulher muito ocupada, não poderá ir. - Eugênio se adiantou.

- Quem pensa que é para dizer onde vou ou não? - Violeta o questiona. - Pode marcar e conte com a minha presença.

- Não quis dizer que sou alguém para proibi-la de nada, senhora, eu apenas...

- Sei bem o que quis dizer. É típico os homens como o senhor tentarem mandar em nós mulheres, o "sexo frágil".

- Por Deus, a senhora nunca deixa ninguém falar?

- Não precisa! Sei bem o que os machistas como você pensam a nosso respeito!

- A senhora ach... - foi interrompido.

- Quando tiver a data me ligue, Julia. Vou dar atenção aos outros convidados, até mais. Me acompanha, Isadora?

Saíram.

- Que gênio dos diabos essa mulher tem! - Eugênio disse.

- Violeta é uma mulher que não leva desaforos para casa, Eugênio. - Disse Julia.

- E apesar de todo esse gênio difícil, fica mais bonita a cada ano, impressionante. - Constantino falou.

- Bonita? A grosseria desta senhora não me permitiu reparar na aparência dela. - Eugênio fingiu que não havia reparado.

- Duvido muito, meu amigo. A beleza de Violeta Camargo nunca passa despercebida.

Eugênio ficou pensativo.

Durante toda a festa, Isadora não se desgrudou de Violeta. A conexão que ambas sentiram era algo inexplicável.

- Sabe, dona Violeta...

- Meu amor, não precisa me chamar de dona, apenas Violeta.

Isadora sorri.

- Sabe, Violeta... A senhora é uma mulher muito linda e me trata tão bem... Melhor até do que a minha mãe.

Violeta fica surpresa.

- Como assim melhor do que a sua mãe?

- A mamãe não gosta de mim, eu sei disso.

- Minha querida, não diga isso... Ela te ama.

- Não ama, infelizmente. Nunca me dá carinho e não permite que eu me aproxime dela.

Violeta fica sem palavras.

- Só o papai me ama naquela casa. Ele me dá carinho, atenção, cuida de mim, brinca comigo, me leva ao parque... É o melhor pai do mundo.

Violeta mais uma vez foi surpreendida com um lado de Eugênio que ela não imaginava ser possível existir. Ficou encantada quando a menina contou a ela o quão amoroso e atencioso o pai era.

Ao fim da festa, todos se despediram e voltaram para suas casas. Isadora brilhava de tanta felicidade, sem dúvidas ficou encantada por Violeta.

Já em casa, Eugênio a colocava para dormir. Deu um beijo em sua testa e a cobriu.

- Muito bem, senhorita. Já colocou seu pijama então é hora de dormir, amanhã é dia de aula.

- Sabe, papai... - Isadora sorriu - Queria que a mamãe fosse igual a Violeta.

- Como assim, meu amor?

- Ela é tão maravilhosa, papai. Me trata tão bem, é gentil, me abraça, me dá carinho...

Eugênio sentiu seu coração alegre com o que a filha disse.

- É mesmo? Gosta muito dela? - Sorriu

- Muito. Por que não larga a mamãe e se casa com ela?  - Disse na inocência.

- Fi... Filha, mas que ideia é essa? Na... Não repita essa, essa bobagem. - Disse tentando fugir do assunto.

"Imagina, eu casado com aquela entojada da Violeta. Nem no dia do são nunca." - Pensou Eugênio, enquanto Isadora continuava tagarelando.

Dia seguinte

Casa de Violeta

- Bom dia! - Violeta disse se sentando para tomar café com Heloísa.

- Bom dia, Bela Adormecida.

- Dormi mais que a cama, estava exausta. - Disse enquanto se servia com café e uma fatia de bolo de cenoura, seu preferido.

- A festa estava linda, minha irmã. - Heloísa sorriu. - E pude perceber o porquê a senhorita ficou encanta pela Isadora. Um doce de menina, até eu fiquei apaixonada por ela.

Violeta sorriu.

- Sem dúvidas é uma criança muito especial.

- Agora, curioso... Não vi a mãe dela, somente o pai.

- Ah, minha irmã... A menina me disse que a mãe não gosta dela. Que não dá carinho e que a rejeita.

- Meu Deus, Violeta! Como é possível?

- Me pergunto a mesma coisa... Mas ao menos tem o pai, que a trata como uma princesa. - sorriu quando falou - Ela me disse que o Eugênio brinca de boneca com ela, e que inclusive permite que a menina pinte suas unhas, mas em segredo, claro. - Seus olhos brilhavam enquanto ela falava. Quando olhou para Heloisa, notou uma feição estranha, percebeu que a irmã segurava o riso. - O que foi?

- Nada... - Tentou fugir do assunto, tomando um gole de café.

- Desembuche.

- Muito bem. Notei que seus olhos brilharam quando falou do Eugênio.

- O que quer dizer com isso?

- Não quero dizer nada, foi apenas um comentário. - Disse, irônica.

- Ah Heloisa, chega de ironias! Seja direta.

Heloisa colocou a xícara de volta à mesa.

- Minha querida, você ainda é tão jovem. Tão linda... - Sorriu - Não acha que já é hora de encontrar um novo amor?

Violeta ficou surpresa.

- Novo amor? Mas quem disse que eu quero um novo amor? - Neste momento vieram à sua mente imagens do dia que viu Eugênio pela primeira vez, na porta do banheiro, e também da noite anterior. Imediatamente balançou a cabeça, como se estivesse espantando aqueles pensamentos. - Chega desse assunto, já estou atrasada!

 - Chega desse assunto, já estou atrasada!

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Se levantou e saiu apressada.

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