Anoiteceu...
A noite caiu, e após um dia repleto de diversão, carinhos e companheirismo, Isadora e Violeta foram se deitar. A menina foi na frente, e quando Violeta entrou no quarto, a encontrou sentada de frente para a penteadeira, escovando o cabelo. Violeta sorriu, então se aproximou, pegando a escova de Isadora e assumindo o papel. O cabelo da menina era tão macio que deslizava a cada penteada, praticamente não haviam nós.
- A mamãe nunca me ajuda a pentear os cabelos, quem sempre faz isso é o papai.
- Está com saudade dele?
- Um pouco... Mas estou feliz por estar na sua casa - sorriu.
- Eu mais ainda de ter você aqui, meu amor.
Terminando, ambas foram para a cama, e Isadora abraçou violeta, colocando a cabeça em seu peito. Violeta começou a fazer carinho na cabeça da menina, que pediu para que ela contasse uma história antes de dormir, igual o pai dela fazia todas as noites. Violeta então contou a história de duas princesinhas muito lindas que viviam em um lindo castelo com um rei e uma rainha que eram muito felizes. Não demorou muito e ela adormeceu nos braços de Violeta, que sentia em seu coração uma felicidade inexplicável, como se estivesse completa por dentro.
Assim que o dia amanheceu, Eugênio e Leônidas chegaram em Poços de Caldas e foram direto para o orfanato. Novamente explicaram a situação, e após a permissão da diretora responsável, começaram a vasculhar os arquivos. Aquele orfanato era bem maior que o anterior, muitas crianças chegavam ali todos os dias, era como procurar uma agulha no palheiro.
Após horas de busca, Leônidas encontrou o que parecia ser a ficha de Helena. Checaram as informações com a outra ficha que tinham em mãos, e as informações bateram. A diretora analisou os arquivos, e constatou que a menina havia ficado um mês ali antes de ser transferida para a capital do Rio de Janeiro.
- Ela está no Rio de Janeiro, Leônidas! Esteve próxima a mãe dela durante todo esse tempo!
- Parece uma peça do destino, meu irmão.
O único problema era que não estava escrito em qual orfanato Helena estava, pois houve um incêndio na sala de arquivos meses antes, em que muitos documentos foram queimados. Por sorte aquele ainda estava legível, mas sem um pedaço que fora comido pelo fogo.
Entraram no carro e partiram rumo a capital, com muita certeza de que a busca teria um bom resultado, apesar da dificuldade que teriam para encontrar a menina naquela cidade enorme.
No Rio de Janeiro, Isadora e Violeta se divertiam como nunca. Riam, contavam histórias, brincavam, comiam... E assim o dia passou, repleto de sorrisos e abraços. A noite caiu, e novamente Isadora dormiu abraçada a Violeta, como um verdadeiro anjinho.
No outro dia, quando o relógio marcou 8:30AM Eugênio e Leônidas chegaram na casa de Violeta. Quando ouviu o barulho do carro, a menina saiu correndo para abraçar o pai, que a pegou no colo, a enchendo de beijos.
- Meu amor, estava morrendo de saudade de você! - Eugênio falou, dando mais beijos na filha.
- Eu também, papaizinho! - o abraçava forte - Mas violeta cuidou muito bem de mim, sabe papai?
Eugênio a avistou na porta da casa, linda como sempre. Sorria para ele, apaixonada. Então todos entraram, e quando parou na frente de Violeta, ela o abraçou forte, pois não podia beijá-lo.
- Estava com saudades... - disse ela.
- Eu mais ainda! - a apertou mais contra o peito.
Pediu que entrassem, e se sentaram todos na mesa para tomarem café. Eugênio mal pôde acreditar quando viu Isadora comendo frutas.
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Laços de Amor
RomanceVioleta Camargo é uma mulher que carrega dentro de si uma dor que dilacera sua alma. Há dez anos o pai arrancou sua filha de seus braços assim que a criança nasceu e nunca disse o paradeiro da menina. Violeta, desde então, luta com unhas e dentes pa...