Todos tinham saído para comprar algumas coisas para o barracão, menos S/n e Do Contra que ficaram, os dois não trocaram palavras, os dois ficavam no celular e as vezes se olhando. Mas Do Contra queria falar algo, mas não estava sabendo puxar assunto.- É melhor eu voltar para casa. Tchau. - S/n ia se levantar, mas o garoto segura ela pelo o pulso.
- S/n, vai embora....
- Você está mandando eu ficar... Pra quê? - ela pergunta em um tom baixo.
- Não sei...
- Eu poderia falar um pouco sobre mim... Pode?
- Não. - ele sorri.
- Eu não sou arrogante porque eu quero, eu não me limpo por vontade própria, tem tudo um motivo para isso. Tenho medo, realmente eu não possuo mais esperanças, eu ando pela a rua e vejo diversos caminhos, eu estou morrendo por dentro e eu quero acreditar que tudo isso é uma mentira. Meus olhos sentem incomodados ao abri-los.
- Eu me limpo para não me sentir suja... Quando eu era menor, eu brincava e voltava suja para minha casa. E meu pai e meu vô me batia falando que eu era imunda e minha irmã era a perfeição. Isso é tão ridículo. - ela deu uma risada curta. - Quando ele morreu... - seus olhos começaram a ficar marejados, e suas mãos trêmulas.
S/n começou com uma simples crise de choro. Não entendia o motivo de todo aquele turbilhão de sentimentos. A cada momento de seu dia a vontade de chorar crescia e crescia, até que a menina não aguentasse mais e colocasse tudo para fora o que estava sentindo. Era como se seu organismo quisesse a todo custo que ela colocasse lágrimas e mais lágrimas para fora, transformando o sentimento estranho dentro de si num choro em que era impossível de se conter.
Algo havia acontecido, mas Do Contra não sabia o motivo realmente. Aos passos curtos e lentos, ele caminhou até onde S/n estava, a abraçando de uma forma na qual ela aceitasse, S/n tentou empurrar Do Contra, mas o menino segurou nas roupas da pequena para forçar um abraço confortante.
- Para... Eu não quero que me toque! - gritou S/n com medo do que Do Contra. podia fazer de errado.
E então ela desabou mais. Desabou em mais choro. Ela chorava como uma criança depois de se machucar pela primeira vez. Ou pior. Chorava como dez crianças machucadas. Seu soluço era alto, ecoando pelo barracão. As lágrimas rolavam uma atrás da outra, fazendo com que o pano da camisa da Do Contra ficasse cada vez mais molhado, mas ele que não ligava.
- Me desculpa. – S/n murmurava entre os soluços. - Me solta Do Contra...
- Você não tem nada pelo o que se desculpar. – Do Contra afagou os cabelos dela de forma suave.
- Eu tentei. Eu tentei fazer algo, mas eu falhei, eu não consigo ser a neta perfeita nem ser a filha perfeita para meu pai, eu deixei eles tristes! – Começou a tossir, já que havia se engasgado com a própria saliva. – Eu travei. Eu não consegui fazer nada pra fazer meu pai sentir orgulho de mim. Eu fiquei travada. Aquilo me encheu, minha cabeça começou a doer, e eu só queria fazer parar.
- S/n... Vai ficar tudo bem. – Do Contra tentou a tranquilizar, tentando tocar no rosto dela, mas S/n colocou a mão na frente.
Do Contra não estava falando do seu jeito estranho, estava sendo verdadeiro e amigável.
- Não... Não vai ficar bem. Meu avô deve estar cansado de mim por isso me bateu a vida toda. Todos estão cansados de mim. – Negou com a cabeça, não querendo acreditar no que a menina a sua frente estava dizendo, e passou a mão pelo rosto. – Minha cabeça dói tanto! QUE INFERNO! – Gritou, se afastando do abraço que faz tempo que ela queria sair por medo.
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De todos os estranhos do mundo, eu quis você! (Do contra Dc e leitora S/n)
FanfictionS/n se mudou para um bairro diferente, ela tinha um estilo diferente e tinha manias que ninguém pensava que ela teria, mas ela tentava fazer amizades e ficar perto de pessoas. Nada se compara ao desejo do ser humano. Ele, um menino com 14 anos, que...