Capítulo 3

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LUKE MEDINA.

- Deixa eu ver se eu entendi. - Vicent, levanta seu dedo indicador segurando o riso. - Você reencontrou a Nancy..

- Sim.

- A sua paixonite de infância.

- Foi o que eu disse. – rolo meus olhos.

- E agora.. assim. - ele estala os dedos. - Você está apaixonado novamente.

- Na realidade, eu nunca deixei de ser apaixonado por ela. Eu lutava contra os meus próprios sentimentos, não queria mais sofrer por uma pessoa que estava do outro lado do mundo.

- Isso soa tão desacreditado. Nem você mesmo acreditava, que poderia esquecê-la. - ele se levanta, e vai até o bar que tem no canto da minha sala e enche seu copo.

- O que eu faço?

- Estou surpreso, por você estar perguntando isso pra mim. - se vira em minha direção. - Logo eu! Uma pessoa que não tem sentimentos, não é?

Eu e Adam vivemos dizendo que Vicent não tem noção do que é amar alguém, mas não é por mal, somente por que ele nunca namorou ou ao menos se apaixonou. Somos em três irmãos, Adam é o mais velho, eu sou o do meio e Vicent é o mais novo.

- Estou desesperado, homem!

- Vai trás dela. - dá de ombros, e eu o olho feio.

- Você quer que comece a persegui-la?

- Não, seu idiota. - da um tapa na minha cabeça. - Eu estou dizendo para você conversar com ela, saber como ela passou durante esse tempo todo. Querendo ou não, ela não é mais a mesma menina de oito anos atrás. Vocês não são as mesmas pessoas, você tem que saber se você também ama à nova Nancy.

- E se ela não me amar mais, ou pior, ela nunca gostou de mim. - me sento. - Talvez fosse somente uma atração que ela sentia, sabemos como os adolescentes podem ter muito feromônios.

- Larga de ser idiota, sabemos bem como Nancy age quando está nervosa. Se ela não sente mais nada por você, por que reagiu daquela forma ao ficar perto de você?

- Talvez, ela não se sinta tão confortável assim. Tivemos nosso primeiro beijo juntos, perdemos a virgindade um com o outro; isso é muita intimidade, e como você disse, não somos mais dois adolescentes.

- Isso não fez nenhum sentido.

- Não é pra fazer sentido. E a verdade. - me jogo novamente no sofá.

- Você é um babaca. - resmunga, fazendo-me encará-lo.

Isso é confuso, eu sempre pensei que se um dia a visse novamente eu estaria decidido e superado. Quem eu quero enganar!? Está na cara, que eu ainda sou apaixonado por aquela mulher. Não me importo se ela mudou, ainda é a pessoa que eu me apaixonei. Lá no fundo eu sei, ela ainda é a antiga Nancy, que morria de medo do escuro e amava desenhos e arte, que fica vermelha de raiva e vergonha, que odeia frio e coisas úmidas.

- Eu chamei ela pro seu aniversário. - anuncio.

- Sem me avisar? - ele finge estar ofendido, somente arqueo uma sobrancelha. - Tudo bem, eu supero essa traição.

Meus pensamentos estão confusos, eu tenho medo. Medo dela já ter seguido em frente, ao ponto de estar se relacionado ou até mesmo apaixonada por outra pessoa. Mas da forma que eu me encontro hoje, é capaz de eu matá-lo com minhas próprias mãos só para tê-la.

Isso soa muito possesivo e competitivo, mas é isso mesmo, eu amo ela de uma maneira inexplicável. Sabe quando você sabe que só será feliz se ver o sorriso da pessoa!? Ou, quando nada mais importa somente estar ao lado dessa pessoa. Eu nunca me apaixonei novamente, sempre foi ela e sempre será somente ela.

- Porque Luke está com essa cara de idiota? - ouço a voz de Adam, mas não desvio o olhar do teto.

- Tá incorporando. - Vicent zoa, fazendo nosso irmão gargalhar e jogar uma almofada em mim.

- Olha pra mim, Luke. - fala com uma voz manhosa. - Sou carente da sua atenção, seu gostoso.

- Cara você é gay? - pergunto, quando finalmente viro-me para encará-los.

- Por que!? Você é homofóbico? - ele finge estar ofendido.

- Não cara. Tô suave, mas o problema é que você é comprometido. - lembro, somente para implicar.

Adam é o sinônimo de fudido, meu pai fez um contrato com um investidor muito famoso na mídia há anos atrás. Meu irmão tinha somente quartorze anos e eu onze, quase que eu me ferro nessa, mas para minha sorte o investidor queria ele. Adam terá que se casar com a filha desse investidor, Lorena Gilins. O contrato é bem perplexo e com muitas exigências, uma delas é que somente eles podem se divorciar dois anos depois do casamento.

- Toma conta da sua vida. - me joga outra almofada, pego a mesma e coloco atrás da minha cabeça.

- Zoa ele também. - Vicent começa, eu o olho como se estivesse implorando. - Nancy voltou para a Austrália, e ele voltou a ser o bobo apaixonado.

- Eu ainda vou me lembrar disso, Vicent. - aponto na sua direção. - Quando você disser que precisa de ajuda ou até mesmo estiver encantado por alguma menina, eu te chamarei de bobo apaixonado.

- Luke é um bobo apaixonado. - Adam, fica cantarolando e Vicent se junta há ele.

Mas que merda de vida.

Mas que merda de vida

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