Capítulo 6

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LUKE MEDINA

Mano, sua cara tá péssima. – uma voz muito conhecida e odiada por mim, me faz levantar e dar de cara com o loiro chato que está encostado na porta do meu escritório.

— Não enche, Vito. Não acredito que você veio da Itália pra dizer o que eu já sei. – rolo meu olhos e começo a rodar a cadeira em 360°.

— Não sou tão atoa assim, sabia? – ele passa de leve a mão no cabelo de caminha até onde estou de forma superior. Odeio dizer isso, ainda mais de outro homem, mas ele é bonito e transmite poder e respeito. – Vim conversar com você.

— Sobre o que seria? – paro a cadeira, chegando-se para mais perto da mesa e deixando minhas mãos perto do meu rosto.

— Documentos. Você é o melhor advogado que eu conheço, preciso que consiga alguns negócios pra mim.

— Vito, você sabe que eu não tenho nada contra as coisas que vocês fazem, mas isso não é pra mim. – tento negar de forma amigável, não quero levar um tiro.

— Não é nada sobre a organização. Como sabe, minha tia Emma tem uma filial aqui na Austrália, e estamos tendo problemas com a concorrência e pra não matarmos ele por invadir o restaurante e falar calúnias, vamos processá-lo. – ele explica. Se levanta e vai até o meu bar colocando uísque no copo. – Não posso usar meus outros advogados pra não levantar suspeitas.

— Seu primo Marco não é advogado? – pergunto, sabendo à resposta já que eu e ele fizemos faculdade juntos e somos grandes amigos. – Aliás, como vai os preparativos do casamento? Será daqui alguns meses né.

— Sim, mas como sabe, ele não está nada contente com esse enlace. – Vito bufa – Já receberam os convites?

— Já sim. – sorrio, ao lembrar da reação da minha mãe quando descobriu que ele se casaria. Já que ela e dona Beattrice eram muito amigas, por isso temos tanto contato com os Savóia. – E você? Como vai o casamento e os filhos?

— Muito bem, obrigado. Ser pai não é a coisa mais fácil do mundo.

— Temo por Serena.

— Eu temo por mim. Aquela mulher pode transparecer ser indefesa, mas é uma leoa.

— Fabrizio e Mia estão lindos.

— Puxaram ao pai! – ele sorri, mas logo sua expressão volta a se fechar e ele se senta à minha frente.

Vito Savóia é uma grande amigo, isso não posso negar. Mas ele ainda continua sendo o mafioso que foi criado pra ser. Crescemos praticamente juntos, e até um momento da nossa amizade eu cheguei à ser mais íntimo da sua irmã, mas nada além. Ele pode ser um homem de caráter duvidoso, mas ainda sim, é uma das melhores pessoas que eu já conheci. Agora casado, com dois filhos e um vindo aí, posso ver o quanto ele é feliz.

Sua irmã também se casou à uns três anos atrás, ela acabou se casando primeiro que seu irmão. Eu já sabia que ela era noiva quando ficamos, mas como não fizemos sexo, não vi problemas. Ela está casada com Otávio D'mico e tem duas filhas, Eloíza e Graziela.

— Poderá ver esse documentos pra mim? – volta ao assunto principal.

— Me mande os relatórios, vou ver o que eu posso fazer, tudo diante à lei.

— Tudo bem, meu amigo. – ele sorri – E agora me diz, porque estava com aquela cara?

— Que cara?

— De quem está sofrendo por amor. – zomba.

— Por acaso você anda falando com Vicent? – arqueo uma sobrancelha.

— Todas às manhãs. – sorri amarelo – Mas falando sério, o que foi?

— Um amor de infância retornou com força. Não tínhamos contato até ela voltar e mexer com todo meu sistema imunológico. Eu à amo, isso não vou negar, mas a insegurança tá me matando. – suspiro – Não sei o que faço.

— Conversa de forma aberta com ela. Como quer reatar algo que não sabe se ela ainda é a pessoa por quem você se apaixonou? Pelo o que eu sei, forma anos e mais anos longe, vocês mudaram. – ele me olha de forma dura, como um pai olha para o seu filho – Luke, temos praticamente à mesma idade. Eu me casei muito novo e tinha países em minhas mãos, e em certo momento tive problemas com minha esposa, sabe o que eu fiz?

— Correu pro primeiro bar? – abro um sorriso sarcástico e ele me manda dedo.

— Disse que à amava. Eu não menti, somente mostrei à ela o que sentia e queria ajudá-la. – ele sorri como se estivesse lembrando. – Não deixei a sua insegurança atrapalhar a sua felicidade. O não todos nós já temos, corra trás do sim, seja feliz e me chame para o casamento.

— Valeu, otario. – sorrio

— Então, o que fará?

— Ligarei pra ela agora.

— Ligarei pra ela agora

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