Capítulo 13

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NANCY SMID
Fortaleza - Brazil.

— Nancy, vamos! Ou, você irá se atrasar para a sua consulta. – ouço minha mãe gritar, somente rolos meus olhos ainda fechados e me sento na cama sentindo uma forte dor de cabeça. Droga!

— Já vou. – grito de volta.

Fico de pé e respiro fundo para não surtar. Me formei à um mês atrás e tudo está uma completa loucura, depois que Luke terminou tudo definitivamente comigo, voltei para o Brasil dois dias depois. Não gosto de ficar longe do meu pai, mas é necessário, não saberia o que fazer se esbarra-se com ele pelas ruas da Austrália.

Coloco meu tênis e pego minha bolsa, que estava com meus documentos dentro e já saio do quarto fechando a porta. Caminho até a cozinha, onde encontra a Dona Eduarda - vulgo, minha mãe – bebendo um copo de água e quando me ver sorri.

— Como se sentindo?

— Enjoada – faço uma careta, ao abrir a geladeira e pegar uma garrafinha de suco natural.

— É normal no primeiro mês de gestação, depois vai melhorar.

— Não tenho tanta certeza disso. – viro o líquido em minha boca, sentindo o gostinho doce do suco de manga.

— Já falou com Luke? – minha mãe senta na mesa e sorri pra mim, enquanto minha feição está séria e impecável.

— Mamãe, já falamos sobre isso. – ela dá de ombros e eu me sento. – Luke tomou a decisão dele, e se eu retornar dois meses depois dizendo que estou grávida não vai ser muito legal. E também, não quero que ele pense que estou atrás do dinheiro e herança que ele tem.

— Eu sei, minha filha. Você tem que pensar no seu bebê, ele não pode crescer sem o carinho e amor de um pai. E não é como se Luke fosse o pior dos homens, ele errou e isso não podemos mudar, mas ele tem que saber no mínimo. – dona Eduarda toca na minha mão enquanto sorri. – Sabe que sempre pode contar comigo, mas quando temos um filho, ele sempre será nossa prioridade.

— Está dizendo que eu deveria voltar, pedir desculpas por um mal entendido que ele fez, somente por que estou grávida e meu filho precisa de um pai? – as palavras saíram um pouco rápido demais – Isso está fora de cogitação! Eu conseguirei um trabalho e cuidarei desse bebê sozinha.

— Você é cabeça dura igualzinho ao seu pai. – minha mãe suspira e eu sorrio debochada. – Quando a Gabriela virá?

— Não sei ainda. Ela está morando junto com Jake, então tem que esperar ele entrar de férias do trabalho – pego um pedaço de morango.

— Não acha arriscado ele vir? Talvez ele descubra sobre a gravidez e conte para o amigo.

— Acho que não. E também minha barriga está imperceptível, não há possibilidade disso acontecer – deixo meus olhos em fenda para a mulher minha frente – A não ser, que alguém conte! Não é, Dona Eduarda?

— Oras, está desconfiando da sua própria mãe? Isso é uma calúnia! Jamais contaria algo que eu não tenha permissão. – põe as mãos na cintura.

Quando eu ia respondê-la a campainha toca e eu reviro os olhos. Hoje é dia de pagar o aluguel do apartamento que estamos morando, e o síndico daqui vem logo cedo para cobrar todos. Eu já fui já direção do local para reclamar, mas não fez muito efeito.

— Eu vou. – me pronuncio, quando minha mãe estava prestes à ir xinga-lo.

Me ponho de pé e acabo de virar meu suco de manga, vou até a porta e abro a mesma. Meu corpo congela no lugar, enquanto meu coração parece está em uma escola de samba. Minhas pernas estão perdendo totalmente a força. Droga!

— Vicent?

— Olá, Nancy! – ele sorri abertamente, mostrando suas lindas covinhas, e seus olhos brilham enquanto avalia o quanto estou nervosa na sua presença.

Merda!

Uma Noite - Os Medina 01Onde histórias criam vida. Descubra agora