Capítulo 14

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NANCY SMID

Sou toda ouvidos. – sorrio para o homem lindo que está na minha frente. Vicent tem um charme que deixa qualquer mulher ao seus pés! Como pode ainda está solteiro? Talvez, as mulheres não estejam mais ativas como antigamente para conquistar um homem.

— Já deve saber o motivo da minha vinda, espero que queira conversar.

— Garanto, se eu não quisesse ouvir o que tem à dizer, nem aqui ainda estaria. – o sorriso de Vicent é sedutor que fazem minhas pernas tremerem, o que há comigo? Eu amo Luke, não sei porque estou assim.

— Já sabemos o que meu irmão fez, foi totalmente errado. – ele se ajeita no pequeno sofá – Mais veja bem, talvez possamos resolver isso de alguma forma. Ele errou, e não podemos mudar esse fato, mas passou-se dois meses e posso ver claramente como ele está arrependido.

— Então porque ele mesmo não veio dizer isso? Olhe Vicent, eu amo seu irmão com todo o meu ser, mas ele me acusou de algo inexistente! E pior, não me deixou explicar o que realmente havia acontecido ali. – seguro nas mãos de Vicent – Saiba que sempre amarei seu irmão, mas ir atrás dele agora é ir contra tudo que eu lutei durante dois meses. Entende?

— Sinceramente, não. Vocês estavam muito bem, e sei que casais brigam e tudo mais! Mais qual é a dificuldade de colocar o orgulho de lado e ir atrás da pessoa que tanto ama? Não é isso que casais que se amam faz? Colocar o parceiro em primeiro e único lugar?

— Você está certo em um ponto. Mas parou para observar que ele que deveria estar aqui, e não você? – me ponho de pé – Isso é confuso pra mim, e não quero ir até lá sem a certeza que isso realmente vai dar certo. Eu me formei, agora tenho outras preocupações em mente, não quero voltar a sofrer por um amor de infância.

— É isso que você pensa? Que o amor de vocês é totalmente passado?

— Talvez seja mesmo.

O olhar que Vicent me lança é inexplicável, como se tudo que ele acreditasse fosse uma mera mentira. Consigo compreender que ele quer vê o irmão feliz, mas e eu? Será que realmente serei feliz lá? Eu tenho muitas perguntas, para nenhuma resposta concreta. Agora eu sou mãe, e tenho que colocar o meu bebê como prioridade sempre. Sempre!

— Nancy, o que há com você? Algo lhe mudou drasticamente.

— As vezes, precisamos sofrer algo forte para amadurecermos. Eu sempre achei que tinha chegado no meu grande nível de sabedoria e inteligência, mas não, eu ainda não sabia como realmente lidar com situações complicadas.

— Eu te entendo, eu acho..

— Você ainda é novo demais, Vicent. Um dia encontrará o amor da sua vida, e saberá que independente do que acontecer, você tentará fazer da certo.

— Então porque você não segue seu próprio conselho? Faça dá certo.

— Isso não depende só de mim!

— Depende de nós, então? – meu corpo paralisa, quando ouço a voz de Luke trás de mim. Sem minha permissão, meu corpo se vira em direção à maravilhosa voz que me encanta, e encontro ele com seu típico terno preto me encarando sem expressão. Droga, porque não lindo? Urgh!

– O que você faz aqui? – minha voz soa mais rouca que o normal, e peço aos céus que eles não tenham percebido.

— Vim conversar. – da um passo a frente, chegando mais perto de mim – Vicent, nos deixe à sós.

— Traidor – sussuro para o homem antes que ele saia da sala, mas em resposta, recebo uma piscadela que me deixa sem reação.

Luke se aproxima, tocando levemente minha mãos que está em minha cintura. Nossos olhos estão focados um no outro e me sinto fascinada pelas suas órbitas castanhas, como ele é lindo. O cheiro familiar me faz querer abraçá-lo e não largar nunca mais! Por que preciso amá-lo tanto?

— Estou ouvindo. – digo firme.

— Pega leve, só vamos conversar.

Um sorriso forma-se no canto da boca de Luke, e era somente isso que eu precisava para beijá-lo. Isso mesmo, sem aguentar mais o desejo e saudade dele, eu o agarro pelo pescoço ficando nas pontas dos pés e o beijo. Um beijo com pura saudade e intensidade, a língua de Luke explora minha boca com desejo. As fortes mãos vão até minha cintura, ficando ali enquanto meus dedos brincam com os pequenos fios de cabelo da nuca. Paramos o beijo por pura falta de ar, mas não nos afastamos. Nossas testas estão unidas e o vejo sorrir.

— Eu estava com saudades disso. – assume.

— Igualmente!

Uma Noite - Os Medina 01Onde histórias criam vida. Descubra agora