Ao entrar na aula de artes eu tive que fazer duas coisas, literalmente mexer com tintas, minha mãe é uma artista, ela pinta e já vendeu muitos quadros em exposições, eu devo ter pegado um pouco disso dela quando comecei a retratar a tigela de frutas que a professora pôs diante de nós.
— Sintam a arte, inspirem fundo e deixe fluir! -disse professora Charlotte.
— Sinto que vou morrer. -Diz Jamal.
— Pinte isso! Sinta e passe para a tela! -ela disse.
Ela deu a volta pela tigela.
— As frutas são um modelo para vocês nesta aula, passem seus sentimentos para a tela no ambiente e nas frutas, e vejamos o que conseguimos sentir ao olhar para seus quadros. -ela disse.
Já havia feito o esboço com o grafite, agora estava pintando e sombreando cada lugar.
— Sinto vida aqui! —a professora exclama atrás de mim me fazendo tomar um susto— belo traço, já fez alguma aula?
— Minha mãe é artista. -digo.
— Que magnífico! Preciso conhecê-la. —ela disse— está ficando muito bom, continue assim.
Ela saiu de perto de mim e foi até Jamal.
— É... Você retratou bem a morte. -ela disse.
Eu me inclino um pouco para o lado, vendo o quadro dele, muitos tons de preto e melancolia, as frutas aparentam algumas estarem saudáveis e outras podres, corroídas pelo negro.
Eu fechei os lábios em uma linha fina, minha mãe me ensinou a saber decifrar certos traços em quadros, e eu acabo sendo um pouco sensitiva demais com as coisas, ao olhar para a pintura de Jamal eu estremeci.
Voltei ao meu lugar, mas percebo que faltou o azul para os mirtilos.
Saio do banquinho e caminho até a mesa de materiais.
Eu observo as tintas com a mão no queixo.
— Pode me passar um pouco do amarelo?
Eu encaro Jamal atrás de mim, o mesmo sorriu.
— Claro. -pego o pequeno tubo de tinta, o entregando.
Quando ele o pega eu não o solto o fazendo me olhar.
— Olha... Se precisar conversar, pode conversar comigo, sei que eu cheguei agora e não deveria me meter nas coisas, mas, sou uma boa ouvinte nas horas vagas. -falo.
— O quadro deixou tão na cara assim? -ele sussurra.
— Não, é que como a minha mãe é pintora eu aprendi com ela a ler traços, e eu sou sensitiva em relação a pinturas, acabo sentindo mais do que vejo. -falo.
Ele assentiu.
— Bem, bonitão, já sabe, se precisar conversar é só falar comigo. -solto a tinta lhe dando um tapinha no ombro.
Ele sorriu de lado.
— Vou lembrar disso, foguinho. -ele disse.
Eu pisquei para ele lhe dando um leve empurrão de quadril e peguei a tinta azul.
Caminho com ele até os cavaletes e franzo o cenho ao ver Chloé se afastar de meu quadro, porém o príncipe continuava ali com um pincel em mãos nela.
— Não devia ter feito isso. -ele encara a loira.
Ela deu de ombros.
— O que está fazendo!? -arregalo os olhos, encarando a minha pintura que estava cheia de rabiscos pretos.
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Vossa Alteza De Sangue Azul
RomanceHannah Valentine é uma garota de 17 anos que é tão rebelde e valente quanto os seus cabelos ruivos, após uma drástica mudança em sua vida ela se muda com a sua mãe para o país de Supernova em busca de recomeçar, mas o que ela não sabia é que ela viv...