Capítulo 19 "Fuga Perigosa"

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Às sete eu já estava pronta, havia dito aos meus pais que iria para a casa da Luna, e ela confirmou isso os deixando mais tranquilos.

Eu saí de casa e pude ver aquele carro parado na esquina, devagar e olhando para os lados eu puxei o capuz de meu casaco, o vento frio uivando ao meu redor, dando aviso de que logo os dias de neve chegariam a cidade.

Eu abri a porta do carro e me enfiei dentro, vendo Henry ali, completamente agasalhado.

— Vamos agora? -questiono, travando a porta.

Ele assentiu.

— Sabe o que fazer, Buck. -ele disse.

— A placa do carro está tapada. —Buck pôs luvas de couro negro em suas mãos— Está na hora de trazer de volta meus tempos nas corridas de card.

E o carro arrancou.

— Você já foi piloto de corrida? -encaro Buck boquiaberta.

— Quando eu era mais jovem. —ele assente— por que acha que virei o motorista do príncipe? Sei bem como agir em uma fuga necessária.

— Então vamos lá, Buck Toledo. -digo.

Ele sorriu.

— Velozes e furiosos não chegam aos meus pés.

E ele acelerou.

Eu pus o cinto de segurança e sinto a mão de Henry envolver a minha, a apertando. Eu o encaro e deito minha cabeça em seu ombro, sentindo um beijo em meus cabelos.

Buck nos encara pelo espelho e sorriu de lado soltando um suspiro.

O polegar de Henry acariciou a minha mão.

— Entende que estamos indo para a boca do lobo, não entende? -ele pergunta.

— Eu rio na cara do perigo.
Um riso baixo.

— Você dá um soco nele, na verdade.

— Você nunca vai superar esse soco? -questiono.

— Não mesmo, nossos filhos vão ouvir a história desse soco. -ele disse.

Eu corei e ele inclinou a cabeça, esfregando a ponta de seu nariz no meu.

Horas se passaram, talvez duas ou três, no máximo quatro, quando eu fitei pelas janelas de vidro fosco eu percebi que há neve lá fora, está nevando.

Vejo uma casa próxima, há uma chaminé por onde fumaça sai.

— É aqui, senhor. -disse Buck.

— Os seguranças não estão com a gente. -digo.

— É uma forma de dizer que não vamos atacar. -disse Henry.

— Eles sabem disso? —o encaro— e como sabe que eles não vão atacar? -pergunto.

— Às vezes esqueço que você é realista. -ele disse.

— Buck, esse é um carro blindado. —observo três silhuetas saírem para fora da cabana— tem armas aqui dentro?

— Sabe atirar? -Henry me encara surpreso.

— Meu pai já serviu no exército da Espanha. —falo— todos os Valentine são obrigados a visitar o campo de tiro  e aprender a usar uma arma.

Buck abriu o porta luvas, dois revólveres estão ali.

— Sabe atirar? Henry. -pergunto ao príncipe.

— Não muito bem. -ele disse.

— Só destrave, mire e dispare em quem você achar que vai te atacar primeiro. —entrego o revólver a ele após observar se está carregado— põem no bolso. -ordeno.

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