Capítulo 11 "Hoje é um belo dia para morrer"

117 17 2
                                    

— Ainda bem que está sem essas muletas. -Henry suspira.

— Eu que o diga, aquele gesso coçava demais. -digo.

— Hoje é a apresentação. -ele disse, andando comigo pelo corredor.

— Nem me fale, mais um dia de atuações, poderíamos ser astros de Hollywood, estamos perdendo uma grande deixa. -falo.

Ele bufou um riso.

— Ser príncipe já é trabalhoso demais. -ele disse.

— Muito trabalho? -questiono.

— O meu pai voltou de viagem, significa que estou a mercê do inferno que é ficar com ele no escritório. -ele disse.

— Então significa que vou te ver menos agora? -questiono.

— Vou tentar ao máximo não ficar afastado de você. -ele disse.

— Você vai ter treino de futebol  agora, não é? -questiono.

— Sim.

— Vou assistir.

— Tudo isso para me ver? -sorriu de lado.

— Não, o Jamal me obrigou, disse que eu poderia admirar os meninos bonitos do time. -falo.
Ele fechou a cara.

— Eles não são tudo isso. -cruza os braços.

— Ciúmes? Alteza. -provoco.

— Não, não tenho ciúmes. -faz careta.

— Uhum, sei. -digo.

— Mas vai ficar torcendo para mim? -ele me encara.

— Não sei...

— Ruiva..

— É claro que eu vou, palhaço, mentalmente. -digo.

— Hum, acho bom. -me encara, semicerrando os olhos.

— Não sabia desse seu lado ciumento, Alteza. —digo— achei interessante.

— O que mais acha interessante?

— Nós estarmos atrasados para a aula de teatro, de novo.

— Droga. -ele disse.

— Corre. -o puxo.

Quando chegamos a aula de teatro, vimos a penúltima dupla receber aplausos de sua encenação e agora, era a nossa vez.

— Vamos! —o professor bate duas palmas— estou ansioso para a apresentação de vocês.

Nós fomos para o meio, minhas mãos estavam pegajosas e suadas, e então, começamos.

Henry me encara e conto até três mentalmente enquanto ele recita.

—  Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência! meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência. -ele diz, me fitando intensamente.

— Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente. -digo, o circundando lentamente.

Ele sorriu de lado, os olhos com esperança.

— Os santos e os devotos não têm boca? -questiona ele.

Laçando sua mão a minha, a erguendo junto comigo, observando o tamanho de ambas e seu perfeito encaixe.

— Que perfeição. -o professor disse, gravando.

Ô merda, minha mãe vai fazer memes com esse vídeo...

— Sim, peregrino, só para orações! -respondo.

Vossa Alteza De Sangue Azul Onde histórias criam vida. Descubra agora