Capítulo 7 "Beijo"

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No dia seguinte eu também estava na Rose hall novamente, tentando desenvolver aquela maldita cena com o Henry.

Eu suspiro.

— Essa cena literalmente não está saindo. -digo.

— Porque você está muito nervosa. -ele disse.

Eu bufo uma mecha de cabelo na frente de meu rosto.

Sutilmente e com delicadeza o príncipe a pôs no lugar. Me fazendo encarar seus olhos azuis por segundos.

— Podemos tentar de novo. -ele diz perdido em meus olhos.

— Talvez. -murmuro inerte.

Sua mão segura o meu rosto, o trazendo para perto.

— Henry...

— Shh.. -ele inclina o rosto.

Um estrondo e eu fito assustada o céu, estamos no jardim, e o céu é uma nebulosa sombria. Logo sinto pingos de chuva que de finos passaram para grossos.

— Sério? -bufo para o alto.

Sinto meus cabelos completamente enxarcados assim como eu, encaro o príncipe no mesmo estado.

— Vem, vamos para o coreto. -ele me puxa pela mão.

— Não seria mais seguro com esses raios a gente ir para dentro do castelo? -questiono.

Ele riu.

— Andiamo! Ruiva! -ele riu.

Observo o belo coreto branco enfeitado de rosas que agora estava quase invisível pela grossa chuva. Nós subimos no mesmo, pingando água por todo o chão.

— É, o céu está caindo. -disse Henry.

— Vai demorar, pelo o que vejo. -suspiro.

Ele me encara.

— Dá para treinar aqui. -ele disse.

— Não acredito que está pensando em treinar com esses trovões! -me encolhi ao ouvir o estrondo de um.

Um clarão de raio e eu viro o rosto assustada.

—  Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência! meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência. -ele salta na chuva.

— Louco. -reviro os olhos.

— Por você bela ruiva!

Eu balanço a cabeça e ele me encara, uma deixa, sendo completamente tomado pela chuva lá fora.

— Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente. -digo.

Ele sorriu.

— Os santos e os devotos não têm boca? -questiona.

— Sim, peregrino, só para orações! -respondo.

— Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações. -ele disse.

Sua mão me puxa para a chuva, me fazendo xingar até os céus.

— Sem se mexer, o santo exalça o voto. -digo sendo coberta pelo o manto da chuva.

Ele me puxa pela cintura, sua mão segurando a lateral de meu rosto. Por segundos eu me perco em seus olhos, me afogando em suas íris.

— Então fica quietinha. —sussurra— eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados.

Sua boca se chocou contra a minha e ao sentir o molhado de seus lábios contra os meus eu suspiro, um trovão rugiu atrás de nós e me mover não estava nos planos além de valsar a minha boca contra a sua.

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