Ana

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*Aviso, esse capítulo contém cenas fortes de abuso físico e verbal. Que podem ser desconfortáveis para algumas pessoas.

Acordo algumas horas depois, ainda estou nua e sinto o peso do braço dele em cima de mim, ouço o barulho da sua respiração profunda, e tento me levantar, me mexendo suavemente para não acordá-lo. Me sinto mal de praticamente fugir da sua casa depois de tudo o que aconteceu, mas não posso me deixar ter esperanças. Sei que foi coisa de uma noite, foi apenas o desejo acumulado e não vai voltar a acontecer.

Olho pra ele dormindo, e admiro sua beleza, ele é o tipo de cara por quem qualquer mulher se apaixonaria, ele é lindo, é inteligente, é doce e forte ao mesmo tempo, ele parece tão tranquilo dormindo, quase um anjo, fico observando, seu peito subindo e descendo, seus olhos fechados, totalmente relaxado, sua boca, vermelha e com sangue ainda brilhando, me dou conta que o sangue ali é minha culpa, não acredito que o mordi tão forte que machuquei.

A vergonha me consome ainda mais, me deixei levar pelo momento, e sou arrebatada por um misto de sentimentos, nesse momento a única certeza que eu tenho é que isso que eu fiz, tudo isso, vai ser inesquecível, se isso é bom ou ruim, só o tempo pode dizer.

Depois de me vestir e pegar minhas coisas, decido deixar um bilhete pro Geovani, pra que eu não me sinta ainda pior de sair da casa dele assim, eu escrevo:

"Geovani,
Precisei ir embora, desculpe pela boca, e obrigada pela hospedagem. Por favor, podemos fazer de conta que nada disso aconteceu?
Beijos, Mel"

Eu penso em colocar meu número de telefone na mensagem, mas sei que isso seria um erro, seria apenas alimentar esperanças infundadas dentro de mim, estou confusa demais pra isso, pra qualquer contato com ele, tudo o que aconteceu, ainda esta muito vívido, e eu preciso desapegar desse sentimento o mais rápido possível. Já é o bastante ter que conviver com ele na sala de aula, não preciso arrumar ainda mais problema pra minha cabeça.

Saio do seu apartamento, e não sei direito onde estou, pego meu celular pra ver a minha localização, e como chegar em casa e vejo mensagens e ligações perdidas da Ana:

Ana: Nua? Você está com um cara? O que aconteceu depois que o Geovani te deixou em casa? Você está com ele ainda?

Ana: Você está bem ou devo me preocupar?

Ana: Estou ficando preocupada

Ana: Por favor, atende, que droga Mel!!

Ana: Ok, estou oficialmente preocupada!

Ana: Estou quase ligando pra policia, se você não der notícias, vou fazer isso então avise se estiver tudo bem

Ana: Por favor me diz que você está bem!

Ana: Ok, você tem uma hora pra entrar em contato comigo, ou vou ligar pra policia!

Felizmente a última mensagem foi mandada tem apenas 10 minutos, então imagino que a policia ainda não foi contatada, vejo no mapa rapidamente onde estou e ligo pra Ana, não quero deixar ela mais preocupada do que já está ou que ela acabe ligando pra policia sem motivos. Ela atende no primeiro toque, provavelmente estava com o celular na mão, contando os minutos pra ligar pra polícia.

- Ana?

- Puta que pariu, graças a Deus Mellanie, você tá bem? Eu quase morro do coração, estava desesperada aqui, como você manda uma mensagem daquela e some do mapa assim mulher?

- É, talvez eu não tenha escolhido bem as palavras.

- Ah, você acha...

- Me desculpa, sério, não quis te deixar preocupada.

Meu querido professor [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora