Vento na janela

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Eu acordo pela manhã, se é que podemos chamar assim, e nenhuma das meninas acordou ainda. Ouço o barulho de suas respirações conforme eu me dirijo até a cozinha, com todo o cuidado para que eu não acorde ninguém.

Chego na cozinha, e vou logo preparar um café daqueles pras minhas meninas. Infelizmente, na minha geladeira não tem muita coisa então saio cuidadosamente de casa e vou até a a padaria mais próxima, onde eu compro pão,  queijo, presunto, requeijão, frutas, um suco e leite.

Volto pra casa, e sinto que ainda falta alguma coisa, então decido fazer um bolo e pão de queijo enquanto eu passo um café. Minhas amigas merecem di bom e do melhor. Já estou quase terminando quando Ana acorda.

— Bom dia Mel! — diz ela ao entrar na cozinha, ainda com cara de sono.

— Bom dia Ana!

Ana se senta em uma banqueta ali na cozinha. Me observa por alguns momentos,  e logo começa a puxar assunto.

— Nossa, isso é café  pra um batalhão!

— Ah, você sabe como é, prefiro que sobre do que falte.

— Olha, com toda essa comida, tenho certeza  que faltar não  vai. — ela diz e solta um bocejo. — O Geovani não ficou chateado de você contar pra gente não né? A última coisa que eu quero é trazer problemas pra vocês.

— Não, acho que de certa forma ele ficou até aliviado, agora que vocês sabem, ele pode contar pra Camila também, e nossa, eu sei o quanto estava sendo duro pra ele não contar algo tão importante para ela.

— Imagino, e agora que ele vai contar pra Cami, podemos fazer algum programa de casal, nós 4. Afinal, é muito mais tranquilo ser visto em um grupo de pessoas que vocês dois sozinhos, da muito menos margem pras pessoas falarem besteiras,  e mesmo que vocês não queiram sair, da pra fazer algo em casa.

— Sim, definitivamente vai ser legal fazer algo com vocês, eu nunca tive tanto contato assim com a Camila, e estou ansiosa pra mudar isso. Além  do mais eu nunca fiz essas coisas de sair de casal na verdade.

— Não, claro que não, eu não estou nem um pouco surpresa conhecendo seu ex. E por falar nele, preciso dizer que estou sentindo um alivio enorme agora, nossa, nem acredito que não preciso ficar mais com medo de você voltar com aquele cara... Você é muito importante pra mim, e aquele cara, é sem dúvida uma pessoa horrível. Eu morria de medo de você acabar voltando com ele, por que eu sei onde esse tipo de relação tende a terminar.

— Você também  é muito importante pra mim amiga. Eu nunca quis te preocupar tanto, mas eu sabia é claro, que você tinha medo de que a gente voltasse. E eu meio que sempre soube tudo isso, mas claro que saber não fez com que as coisas fossem mais fáceis. Dou graças por ter sua amizade, pois se não fosse você abrindo meus olhos o tempo todo, eu não sei se teria conseguido. — eu digo  e vou perto da Ana e a abraço. Conhecer essa mulher, foi sem dúvidas a melhor coisa que me aconteceu.

Eu tiro o bolo do forno, e ponho ele pra esfriar um pouco pra poder desenformar ele embaixo da janela, e acabo me lembrando da janela aberta e decido perguntar.

— Ana, você sabe quem abriu a janela? Acordei de madrugada e tava aberta.

— Olha, eu não  vi ninguém indo pra cozinha não viu, as vezes abriu sozinha com o vento. Ou vai ver foi alguém  e eu só não vi.

— É, pode ser...

Mesmo sabendo que a Ana provavelmente estava certa, eu ainda fiquei um pouco cismada com aquilo, não sei bem porque, só foi algo que ficou muito na minha cabeça.

Já é quase hora do almoço quando todo mundo acorda, mas como fomos dormir já era tarde eu acho super normal. Sentamos em volta da mesa, e tomamos o café,  que foi muito elogiado.

Meu querido professor [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora