Bernardo (parte 3)

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Ana

Eu saio da casa da Mel e me dirijo até minha casa, me sentindo levemente culpada de ter deixado ela sozinha, então acabo mandando uma mensagem pra ela.

Ana: Ei, por favor, não  esquece de me avisar a hora que você sair pra trabalhar. Estou preocupada.

Ela não responde a mensagem, provavelmente está se arrumando pro serviço, digo a mim mesma. Qualquer coisa mais tarde eu ligo pra ela.

Eu chego em casa, tomo um banho e coloco uma roupa confortável. Dou uma organizada nas coisas, mas meu coração está apertado. Checo meu celular, mas a Mel nem chegou a visualizar a mensagem. Isso não é anormal vindo dela, várias vezes já aconteceu dela vir a me responder somente horas depois de eu ter enviado a mensagem, ainda assim, algo me diz que aquilo é um mal sinal, talvez eu só esteja ficando maluca, eu me preocupo demais com aqueles que amo,  e definitivamente não confio no tal Bernardo, apesar de tudo que a Mel diz, eu acho que ele é um cara que é sim capaz de qualquer coisa, eu vi isso nos olhos dele nas poucas vezes que interagimos, e isso me dá medo.

Naquele dia que ele me beijou, eu pude olhar profundamente em seus olhos, e eu vi ali algo que me amedrontou, eu vi os mesmos olhos do Lucas, não que eles tenham olhos iguais, é algo mais intrínseco, um tipo de crueldade que eu só tinha experimentado uma vez, tudo o que eu queria era sair de lá, de perto dele o mais rápido possível, e foi exatamente o que eu fiz,  eu fuji, como a covarde que eu sou.

Eu mando uma nova mensagem pra Mel, e vou fazer minhas coisas, pra poder distrair minha mente da preocupação que eu sinto por ela.

Eu saio de casa, faço compras no mercado, envio alguns e-mails importantes e busco uma encomenda no correios, todo tempo conferindo o celular, algumas horas já se passaram, e minha preocupação atingiu um novo nível.

Eu decido ligar pra Mel, pra ter certeza de que ela está bem, eu estou com una sensação péssima, e ela não responder minhas mensagens não ajuda. Eu ligo, o celular toca, toca e nada. Eu ligo duas,  três,  cinco vezes e nada dela atender. Eu estou muito preocupada a essa altura.

São 11 da manhã,  quando eu ligo pra Patrícia, por sorte eu peguei o número dela quando estávamos todas na casa da Mel. Eu tenho esperança de que ela me diga que a Mel esqueceu o celular em casa, ou qualquer outra desculpa ridícula,  que vai nos fazer rir ao telefone.  Mas não é o que acontece.

— Oi Patrícia, é a Ana, tudo bem?

— Oi Ana, tudo bem e você?

— Tô bem,  eu só tô preocupada com a Mel, aconteceram umas coisas e ela falou que me ligava quando ela chegasse no serviço, e ela não ligou, e também não atende o celular. Eu provavelmente pareço uma mãe preocupada demais, mas... Eu estou realmente preocupada.

— Olha Ana, na verdade eu também estou meio preocupada com a Mel. Ela não veio trabalhar hoje,  e também não me atende nem responde as mensagens.

— Puta merda. Droga. Ok Patrícia, eu... Eu vou ligar pro Geovani pra saber se ela falou alguma coisa com ele e qualquer coisa eu vou lá pra casa dela.

— Ok Ana, me avisa quando tiver notícias,  por favor.

— Aviso sim.

Eu desligo o telefone, estou furiosa,  comigo principalmente por ter deixado a Mel sozinha, se algo acontecer com ela, eu nunca vou me perdoar.

Eu procuro o telefone do Geovani e demoro um pouco pra achar, devido ao nervosismo, meus dedos estão trêmulos o que acaba dificultando ainda mais. Parece ter passado uma eternidade quando eu finalmente ligo pra ele. O telefone toca várias vezes antes dele finalmente atender.

Meu querido professor [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora