O quarto

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   Minha cabeça está me matando, abro os olhos e meu quarto parece girar, não me lembro de como cheguei em casa ontem, só me lembro de ter beijado meu professor, puta que pariu, é isso mesmo, eu beijei meu professor,  uau, a Ana precisa saber disso, só quando vou pegar meu celular na minha mesa de cabeceira é que percebo que não estou na minha casa, aí meu Deus, me levanto e me dou conta de duas coisas, primeiro o quarto em que estou é bonito, confortável e simples, sem muitos enfeites e decorações,  a cama é espaçosa e toda a roupa de cama é branca, no quarto tem também um guarda-roupa espelhado, uma porta que deve levar a um banheiro e um único tapete, também na cor branca.

A segunda coisa que percebo é que estou nua, minha roupa jogada no chão perto da cama, isso deve significar uma coisa, mas ainda não quero pensar nisso, não quero pensar no que eu posso ter feito enquanto estava bêbada,  ou será que ele fez algo comigo, não acho que seja o caso, mas não sei se posso descartar as possibilidades.

Me levanto rápida,  pego minhas roupas e me tranco no banheiro, que também é todo branco, mas com um ar, muito mais moderno de certa forma. Tomo um belo banho demorado.

Molhando bem a nuca pra ver se passa a dor de cabeça terrível que parece que vai fazer minha cabeça explodir. Saio do banho me seco, ponho minha roupa de volta, menos minha calcinha que gusrdo da bolsa, prefiro ficar sem calcinha que por a calcinha suja de volta, e retoco a maquiagem, estou com uma cara péssima e a última coisa que preciso é que o meu professor me veja assim, ainda mais depois de, sabe-se lá o que rolou na noite de ontem.

Depois de me arrumar sento na cama e decido mandar uma mensagem pra Ana em busca de auxílio:

Mel: Acabei de acordar, nua e não estou em casa. Como saio do quarto?

   Ana que geralmente responde rápido,  nem vê a mensagem,  imagino que ela ainda esteja dormindo e decido não  pertubá-la mais, é hora de reunir toda a coragem que me resta e sair do quarto. Logo que abro a porta sou arrebatada por um cheiro maravilhoso de café  recém  passado, percebo que estou morrendo de fome, e quando começo a me questionar se o mais educado seria fugir sorrateiramente ou pedir um café Geovani me nota da cozinha.

— Bom dia, Mellanie,  aceita um café e uma neosaldina?

— Bom dia, na verdade eu aceito sim, como você sabia que eu estava com dor de cabeça?

— Eu não sabia, mas imaginei, você estava muito bêbada ontem, apagou logo que entrou no carro, não sabia o que fazer, aí trouxe você pra cá e te deixei no quarto de hóspedes.

— Quarto de hóspedes?

— Isso, esse apartamento tem muito espaço pra um cara sozinho,  e de vez em quando alguns amigos vem pra cá,  é bom ter um lugar pra eles descansarem.

— É por isso então que o quarto é tão...

— Branco? Sem personalidade? Sim, é por isso. Achei melhor optar por algo mais neutro, mas se você quiser te mostro o resto depois.

— Ah, não precisa se incomodar, não quero atrapalhar você.

— Não vai atrapalhar,  fique tranquila.

— Geovani eu preciso perguntar,  eu não me lembro muito bem de ontem, então,  eu... Nós... Eu fiz ou falei algo... embaraçoso?

— Pode ficar tranquila, nada aconteceu, você dormiu,  eu te trouxe pra cá, te coloquei na cama e fechei a porta. Nada aconteceu nesse sentido, eu não faria nada com uma mulher naquele estado. E não,  você não fez nem falou nada embaraçoso.

   Eu tenho vontade de perguntar do beijo, mas pode ter sido um sonho, outro sonho no caso, ele foi tão enfático em dizer que nada aconteceu e ele parece tão distante, não parece um cara que tenha me beijado daquela forma ontem.

Meu querido professor [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora