reputation - Parte I

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This is why we can’t have nice things

Minatozaki Sana tinha acabado de completar 29 anos, não estava com a vida ganha, mas não se sentia no direito de reclamar.

Sana não se julgava, não mais. A vida era boa, poderia ainda sair com quem quisesse e até quando quisesse. Nesse período, despertou-se poucas vezes para o amor. Novamente, sua versão adolescente a julgaria por nunca ter se apaixonado, mas, de qualquer forma, não se sentia triste por sua escolhas.

Minatozaki, estudante prodígio, filha dedicada do diretor, integrante do comitê de estudantes era tudo que seu pai um dia projetou que ela fosse. Mas Sana, fotógrafa, frequentadora assídua de bares e galerias de arte, galanteadora barata o causava repudia. Ela não poderia deixar de rir mais com as caretas que o velho fazia ao contar suas histórias.

Suas escolhas a levaram a ser quem era e... Ela sentia orgulho de si.

Talvez a adolescente cheia de pretensões reclamaria dela todos os dias. Como deveria ter escolhido o curso de direito ao invés de se enfiar em um estúdio de fotografia. Hoje, Sana tinha dinheiro para o seu aluguel, um café diário, um doce para o fim de dia, sem gastos exorbitantes, é claro, mas ela se considerava feliz, pois realmente estava feliz. Não tinha dívidas, não tinha um carro, é claro que transporte público poderia ser desconfortável, mas não quando poderia apreciar os pequenos momentos da humanidade, onde sacava sua câmera rapidamente para tirar um registro formidável.

Estava sentada na ponta do banco do metrô, com as ruas da cidade sob sua cabeça. Analisou as pessoas e uma mulher sentada relaxadamente, com os braços cruzados e expressão concentrada chamou a sua atenção. Sana tombou a cabeça, parecendo hesitar, mas enfim, posicionou a câmera na direção da mulher, colocou o olho no visor, e se assustou quando ao clicar para tirar foto, o rosto da mulher foi capturado pela fotografia. Tinha longos cabelos pretos, um vestido longo vermelho xadrez, com uma jaqueta do couro em seus ombros. Sana ficou desconfortável em ser pega e logo colocou sua câmera dentro da bolsa, não sendo capaz de apagar a foto que havia tirado.

Era a foto mais bonita que havia tirado e acreditava que a modelo improvisada havia contribuído com aquilo. Sua estação já estava quase chegando e sentiu um pânico ao reparar que a mulher estava se aproximando dela.

Mentiria, diria que já havia apagado a foto e pediria desculpas. Ela não costumava a fazer aquele tipo de coisa, mas nesse caso, se sentia como Leonardo da Vinci, ao fugir com sua Gioconda, levando-a a qualquer lugar para ter a certeza que estava segura.

— De onde eu vim, você poderia facilmente levar um processo por isso. — Comentou a mulher com certo humor, mantendo as mãos atrás das costas, dando um ar de elegância que deixou a fotografa sem palavras.

— Eu já apaguei, peço desculpas, não era para ter aparecido seu rosto com nitidez e só não perguntei, porque queria que soasse natural. — Mentiu, mantendo uma seriedade para manter confiança e esconder a sua vergonha. Olhou para cima e a morena sorria, o sorriso mais bonito que já tinha visto, de dentes retos e olhos se fechando no processo.

— Aposto que não apagou. — Comentou, olhando para os lados, mas se inclinou para Sana, ficando com o rosto bem próximo seu. — Mas eu deixo você ficar com uma lembrança minha.

Sana não sabia o que fazer, mas naquele momento teve uma vontade imensa de perguntar o nome daquela mulher, mas o som avisou que a sua estação havia chegado. Sana fez um sinal com a mão, avisando para a mulher que sairia naquela estação, se levantou, mantendo a câmera muito perto do corpo. O metrô parou e ela saiu, tendo a curiosidade de olhar para trás, para ver a mulher ao vivo pela última vez.

— Eu ainda estou atrás de você. — Uma voz em suas costas a assustou.

— Você me seguiu por estar brava? — Perguntou, fazendo uma espécie de bico. Inflando suas bochechas.

This Is Why We Cant Have Nice Things - MinayeonOnde histórias criam vida. Descubra agora