Jeongyeon olhou para os lados, sentando-se na cadeira em frente de Mina. Ela passou os dedos entre os fios de cabelo muitas vezes e riu algumas vezes pela incredulidade da situação.
— Mina, você não pode fazer isso comigo. — Disse desesperada, tocando em sua aliança. Imaginou que o dia que a tirasse ficaria uma marca profunda, mas ao analisar as mãos nuas de Mina, não havia nenhuma aparente. Seus dedos estavam como antes de um arco o rodear. Sem marcas, sem nenhuma história.
— Eu não sei nem porquê continuei com essa história de me casar, Jeong. Me sinto estúpida agora. — Suspirou, já fitando os olhos da esposa com intensidade.
— Isso. — Apontou para ambas. — Isso era pra durar muito mais tempo, Mina, nós éramos boas uma para outra.
Mina, não obstante, pensou que “isso”, devia ser falado com todas as letras. Era um casamento, era uma vida a dois. Um compromisso. Esse compromisso foi se desfazendo a cada “desculpe”, sem propósito, daqueles ditos por dizer, ao saber que faria de qualquer jeito, inúmeras vezes. Isso foi desfeito por intrigas, que não deveriam existir logo na primeira semana de casamento, quando o recital se abre e não tem flores de boa sorte em sua mesa. Isso era falta de cuidado, quebra de expectativa.
— Você se lembra quando... — Mina engoliu em seco e prosseguiu logo depois. — Quando você me pediu em namoro? — Esperou apenas uma confirmação de cabeça e continuou. — Você disse que esperou por tanto tempo para me ter que não achou possível que isso um dia fosse acontecer.
Jeongyeon fechou os olhos, sentia dor. Passou 15 anos cultivando um amor pela amiga de infância. Não teve coragem de revelar seus sentimentos e seu coração foi despedaçado quando soube que Mina gostava de outra pessoa, engoliu aquilo, vibrou pelo novo casal. Entretanto, no momento que Nayeon a magoou profundamente, uma porta pareceu se abrir e ela correu finalmente atrás do que queria. Sua irmã vivia falando que ela precisava demonstrar melhor suas vontades.
Já na faculdade, tentava jogar inúmeros flertes. Seu coração se enchia quando chegou a pensar na possibilidade de ser correspondida. Jeongyeon finalmente teve a chance da sua vida. Após quatro anos da conclusão do curso, Mina a beijou e lhe permitiu a amar.
Agora, olhou para a sua esposa. Nunca pensou que uma vez na vida a pudesse a chamar assim, mas ali estava ela, sem qualquer aliança no dedo. Pensou que Mina dizia aquilo para a machucar, mas logo percebeu que não.
“Às vezes, pensamos que somos feitos para algo, para no momento seguinte desfazermos nossos próprios conceitos”
— Eu acreditei que eu deveria fazer você nunca se arrepender de ter me escolhido, me esperado. — Jeongyeon sentiu as primeiras lágrimas de aceitação caírem do seu rosto. Mina estava a consolando para o que viria depois. — Mas a questão é que... Eu não posso lhe fazer feliz quando eu não estou feliz, eu não posso lhe escolher quando você não me escolhe. E principalmente, eu não posso ignorar que eu já escolhi alguém antes de você.
Mina só pode compreender depois do sim, depois que as situações não saíram como o planejado. Mas acima de tudo, tinha a ver com meses de indecisão. Comparações esdrúxulas que nem deveriam existir.
Por fim, “isso” só havia desmoronado quando ela sentiu uma vontade imensa de beijar os lábios de Nayeon no início de 2022
A dificuldade de pensar que se os encontros inesperados das duas não houvessem acontecido, o que aconteceria? Colocando na extrema dúvida, talvez Mina teria se casado, nunca imaginando um contraponto diferente. Teria passado por aquilo ao lado da esposa e todas as crises teriam sido esquecidas no aniversário de 13 anos de casamento.
A realidade foi determinada de uma maneira diferente... Talvez, como sempre deveria ter sido. Agora é hora de retornar para o que Nayeon estava sentindo dias antes de seu aniversário.
VOCÊ ESTÁ LENDO
This Is Why We Cant Have Nice Things - Minayeon
Fanfiction"É por isso que não podemos ter coisas boas, querida Porque você as estraga Eu tive que tirá-las de você" Eis que Nayeon descobre que, depois de tanto tempo, Mina ainda não saiu de seus pensamentos. Querer reconquistar as coisas que perdeu não vai s...