New year’s day
Yoo Jeongyeon estava no seu escritório quando sentiu um vento frio atingir a sua nuca. Ela automaticamente se retraiu e escolheu os ombros, sentindo seus pêlos arrepiarem e seu foco desaparecer. Dispersou pela primeira vez em horas, finalmente olhando para o celular ao seu lado. Existiam muitas mensagens de felicitações e alguns desejos de um bom ano. Sorriu um pouco e pousou o celular novamente na mesa, não se preocupando em responder.
“Depois”, era o que ela sempre murmurava após esquecer o mundo e focar novamente em seu mais novo caso do trabalho. Era mais difícil este, uma mulher revogando o direto pela guarda de seus filhos. Ao seu lado, existia um quadrinho, junto a um porta retrato com os dizeres: “Direito é o primeiro dever de um cidadão” e ela levava aquela frase à sério.
Muitos a chamavam de careta, principalmente, sua vizinha de sala, uma arquiteta. Jeongyeon concordava que após muito tempo de uma boa curtição, nos tempos universidade, festas e jogos eram seu dever mais importante, mas nesse ponto da vida, seu cotidiano andava mais parado que o normal. Era de se esperar, estava mais velha do que gostaria de admitir.
Ela esperou por muito tempo para ter o que desejava, agora que conseguiu, não via muitos contras em se permitir apenas aquietar. Talvez tomando um chá ao fim da noite e contando os dias, esperando tudo se encaixar no seu mais novo plano "perfeito".
Mas antes disso, tinha alguns deveres, como analisar a pilha de papel em sua mesa, em plena véspera de final de ano. Sim, faltam apenas três míseras horas para ouvir os fogos, por um momento, se sentira extremamente culpada por saber quem havia deixado naquela noite, mas um pensamento quase ingênuo passou e ela sorriu bobamente por mais uns segundos.
“Só mais um mês, meu amor”
Já Mina, do outro lado da cidade, revezava o olhar entre seu vestido branco e o grande prédio em sua frente. Existia um letreiro grande anunciando que o prédio pertencia a uma revista de moda e isso a deixava apreensiva. Repensou algumas vezes, talvez muitas vezes, se realmente pisaria naquele chão extremamente limpo do hall de entrada do prédio, apostava que se olhasse para o chão, ele reluziria a intensa luz do lustre suspenso no teto.
Bufou, sabendo que se não fosse fazer aquilo, provavelmente estaria em seu quarto, com um pijama fofo, latas de energético e um pc em sua frente. Esperaria as luzes da cidade avisarem do novo ano. Porém, decidiu que apenas em um dia do ano não teria o mesmo fim. 2022 seria um ano bom, pois se não fosse, estaria totalmente perdida.
Respirou fundo e se pôs a caminhar com passos firmes, desejando que quando chegasse no local e se apresentasse, seu nome não estaria entre os convidados. Desejou apenas aquilo para saber que Nayeon não se importava com ela. Desejou que aquilo acalmasse seu coração inquieto e a fizesse arrancar a força qualquer sentimento e afeição esquisita que ainda persistia em seu corpo. Era isso que faria o seu ano melhor, ou mais fácil de lidar.
Mina, volta e meia, quando se perdia em uma lembrança, gostava de imaginar como seria se Nayeon a tivesse procurado antes, a procurado assim que voltou da França. Era idiota, mas um pensamento insistente, o de imaginar que sentia sua falta e talvez morreria de felicidade por uma simples mensagem. Mas outra parte, o pensamento que vinha logo em seguida deste, era a mais pura constatação que estava melhor sem ela.
Depois de 12 anos, os últimos dias em que trocaram mais palavras do que jamais imaginaria, Mina estava novamente demonizando a presença de Im Nayeon. Sua presença causava ansiedade em seu peito, tanto que a dançarina pouco se lembrava dos esforços que fizeram para tentar dar certo. Não se lembrava do “eu te amo” saído de sua boca em um tom baixo e sussurrante. A única coisa que realmente se recordava era de Nayeon em cima do palco da formatura, totalmente bêbada, enquanto destruía a vida de alguns de seus colegas e amigos, realizando quase uma chamada geral e expondo seus segredos mais íntimos.
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This Is Why We Cant Have Nice Things - Minayeon
Fanfiction"É por isso que não podemos ter coisas boas, querida Porque você as estraga Eu tive que tirá-las de você" Eis que Nayeon descobre que, depois de tanto tempo, Mina ainda não saiu de seus pensamentos. Querer reconquistar as coisas que perdeu não vai s...