14- hora exata

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A única coisa que consegui fazer ao ver David parado na porta, com seu moletom vermelho e o símbolo da faculdade estampada nitidamente. Eu consegui suspirar. Não só pela a dor que se instalava freneticamente na minha nuca, mas de certa forma... algo como alívio. E felizmente, eu não podia dizer que alívio era uma palavra usada para definir Brien. Pois o garoto mal respirava com seus dedos ainda firmes em meu cabelo.

  — Não vou repetir. — A voz felina e afiada de David ressoou.

Brien ficou imóvel. Nenhuma palavra ou gracinha. O garoto apenas continuava encarando David, que se afastou do cara da porta que também parecia que iria cair a qualquer momento. David veio até meu encontro e deu um empurrão para que as mãos dele fossem tiradas de meu cabelo, Brien não fez nada contra. E então, David me estendeu a mão.

— Venha, Lua. — Ele disse suavemente. — Levante-se.

Agarrei sua mão tão fortemente, que quase pude sentir minhas unhas atravessarem sua pele. Não consegui emitir nenhum balbuciou de desculpas ou... obrigado. David voltou seu olhar para mim, me analisou por um segundo e então, antes que eu pudesse dizer algo Brice surgiu na sala.

  — Você encontrou ela!

A voz de Brice saiu em forma de alívio instantâneo.  A loira veio em minha direção e colocou as duas mãos sobre o  meu rosto com a intenção de me avaliar. Seu olhar voltou-se para Brien.

— Seu babaca desprezível, isso é coisa sua não é? — A voz dela saiu como uma ameaça absurda de que voaria no pescoço dele.

Porém, antes que Brice pudesse realmente concretizar ou que Brien revidasse qualquer coisa, foi David quem falou, com a voz firme e fria como a noite:

— Leve a Lua para fora. — Um comando direcionado a loira.

— Mas esse... — David interrompeu sua irmã.

leve ela para fora, Brice. — Meu corpo estremeceu diante do tom que ele usará. — Eu vou me acertar com Brien.

O olhar de David recaiu sobre o garoto ainda imóvel, e então uma última olhada para sua irmã, e depois para mim foi o suficiente para que Brice não discordasse.

Brice me ajudou a caminhar para fora da pequena sala, e senti meu peso frenético. Minhas pernas estavam trêmulas e minhas forças fracas. Mesmo fora da sala, consegui ouvir a voz de David por longe:

— Se você tiver encostado um só maldito dedo nela, me certificarei de que nem o inferno receba sua alma.

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