Herdeira da Máfia ꪜ

capítulo 22 - verdades e desafios

Havia se passado alguns dias desde o inevitável atentado contra minha vida na mansão. Bruce não me deixava sozinha um se quer segundo, e Gustamante sempre deixava claro que minha segurança era prioridade. Na porta do meu quarto havia seguranças, na janela. Eu era acompanhada para todos os lugares. Eu já estava impaciente com minha falta de privacidade e espaço.

—Você não pode mesmo me deixar sair? — Questionei Bruce com o tom irritado

—olhe para o seu braço e me diga você mesma se é uma boa ideia. —Foi sua única resposta para minha teimosia.

Bruce estava em reunião com meu avô sobre os acontecimentos dos últimos dias. Até onde eu soube, pegaram o homem que havia me atacado e ainda está sobre tortura da máfia do meu avô, afim de descobrir quem são os possíveis mandantes por trás desta loucura.

— Eu prometo não demorar... — Supliquei —Você não confia em mim?

Bruce levantou da cadeira onde estava sentado dando leves passos até mim e me deu um beijo na testa, aquilo me pegou desprevenida.

— Lua, você é meu bem mais precioso. —- Disse ele acariciando meus cabelos ruivos -— Se eu perder você...

Bruce não terminou sua frase, mas foi o suficiente para que eu entendesse oque ele queria dizer.
Virei de costas para ele sem dizer nada e decidi ir para o meu quarto, apesar de sempre ser alguém de cabeça dura, eu entendia as razões dele.

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Algo me ressurgiu de maneira tão dolorosa na mente. Algo que meu coração não pôde evitar de pensar. Aquela seria minha última noite na Itália, e tudo em que eu conseguia pensar era no quanto o meu pai e eu sonhavamos com uma viagem como está. Chegamos uma vez até mencionar que iríamos vender o carro que tínhamos, óbvio que minha mãe não concordou oque tornou as coisas engraçadas devido ao surto dela.
E hoje, oque antes era um problema, me vejo cercada de luxos e de pessoas que por alguma razão, mesmo que em negação estão dando a vida por mim, mas eu queria o meu pai aqui e vivo...
A minha mãe por outro lado me jogou no matadouro de lesões e sumiu completamente do mapa sem se importa se eu havia ficado ou não...

Na quela noite, oberservando a lua do lado de fora percebi que a noite estava linda de mais pra que eu não desfrutasse dela. Mesmo que a única opção fosse olhá-la por longe, do alto de uma torre, presa como a Rapunzel.

   — Gostando da vista?

Olhei pra direção em que aquela voz ressurgia, é pra minha não ou talvez supresa, lá estava um par de olhos azuis curiosos em minha direção.

  — Não tanto quanto você, presumo. — revidei

  O som da risada anasalada de David chegou aos meus ouvidos. Ele e seu pai estavam frequentemente na mansão, oque agora me fazia duvidar de eles de fato prosseguiam sendo inimigos ou rivais. Ainda assim, eu não abaixava minha guarda um sequer segundo.

— Me tira uma dúvida — dizia ele se aproximando de mim — Você é burra de não entender que está com a cabeça valendo ouro ou apenas é teimosa de mais pra compreender tudo ao seu redor?

Suas palavras me atingiram como uma bala, em cheio. Levei alguns segundos para de fato processar oque ele falou e procurar piscar e uma melhor forma de responder.

— Oque você disse? — meu tom estava mais felino e defensivo

— A verdade. — David colocou suas mãos em seus bolsos — Você age como se fosse uma garota mimada e que não tem mais nada a perder.

— E oque você sabe sobre mim? — A raiva já me consumia

— O bastante. Sei que você perdeu seu pai em um assassinato bruto, e que agora tá revoltada com o Bruce achando que ele fez isso. — David deu de ombros

Eu rir com ironia.

— Oque foi? Agora são colegas de trabalho, veio defender o seu chefe? — Perguntei com os olhos ardendo já — Bruce matou o meu pai e me fez perder tudo oque eu tinha... Ele não é e nunca será mais que um assassino estupido que acha que pode me controlar!!

  David puxou um sorriso de canto, escondendo todo aquele seu mistério. Eu só não imaginava que suas palavras a seguir me tirariam de órbita.

— Seu pai foi assassinado por Jayson Merkson. O comandante da máfia 3. Um velho rabugento que odeia o seu pai e descobriu o seu paradeiro, seu pai tentou impedir aquele desastre, mas já era tarde quando simplesmente do nada ele descobriu que a filha que deveria estar morta na verdade estava viva. É, então talvez o seu pai passe muito mais do que um assasino estupido. Ele está todos os dias aqui buscando uma forma de te manter segura e longe dos perigos, acredite Lua, ele não é o monstro que você tanto condena.

  E então, de uma só vez senti o golpe de todas as palavras de David. Descobri verdades e ao mesmo tempo remorso me afligiu de maneira tão sólida que senti que podia desabar.

— O mesmo cara que matou o seu pai de criação, está agora tendo conflitos diretos e querendo a sua cabeça custe oque custar. — David finalizou sua fala.

  Eu nem percebi que estava chorando até sentir minha órbita sendo persuadida bem abaixo de mim. Lágrimas e desespero com angústia me percorria. David me olhava atentamente como se embora fosse necessário me atingir da quela forma, ainda era preocupante para ele a forma como eu reagiria.

— Então...eu tenho sido...

— Você tem sido mimada, rude, egoista e tem pouco estado se fudendo pra como essas pessoas querem te proteger custe oque custar. Você tá tão presa no que perdeu no passado que não faz ideia do pode perder agora nesse presente. E Lua, querer bancar a durona não vai te fazer parecer forte. Só patética.

Lágrimas desciam descontroladamente.

— Já teve coragem de analizar o Bruce e perguntar quantas horas de sono ele dorme por dia? — interrogou ele — O seu pai nem mesmo prega o olho com medo de que alguns segundos de sono tire você dele.
 
— Eu... Eu não percebi...

— Claro que não. Você estava ocupada de mais presa no seu próprio mundo de garota sofrida.

As palavras de David estavam ríspidas e eu nem tinha como ficar com raiva, pois ele era a única pessoa a me dar um duro e mostrar a realidade.

— Reflete agora. Estou falando tudo isso pro seu bem! Não quero que você fique presa em um casulo idiota.

David fez menção de sair do quarto mais antes de fazer isso, seus passos cessaram e de repente ele veio em minha direção rapidamente e me deu um leve beijo na testa. De surpresa com o carinho meio aleatório não tive nada a dizer, mais eu entendi que suas palavras era pro meu bem e que aquele carinho era só um conforto.

— Decansa, Lua. Los Angeles está a sua espera.