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CAPÍTULO 2

Roberta Medeiros Point Of View

Fui depertada pelo meu despertador que ficava ao lado da cabeceira onde marcava 6:00, olhei para o lado e vi meu marido dormindo tranquilamente. Levantei sem fazer barulho para não acorda-lo e fui até o banheiro onde fiz minhas higienes matinais, assim que conclui desci as escadas e fui para a garagem onde peguei meu carro e segui para a academia.

Retornei ás 7:00 e tomei uma ducha rápida, após isso fui até o quarto do meu filho para acordar-lo para a escola.

— Filho vamos acordar? Está na hora. — Chamei por ele com uma voz doce como sempre fazia.

— Bom dia mamãe, papai já chegou? — Assenti. — Ele pode me levar na escola hoje? Estou com saudades dele. — Perguntou com um biquinho pidão me fazendo sorrir com o ato.

— Pode meu amor, ele pode.

Ele sorriu e saltou da cama me abraçando, ficou assim por alguns segundos e me soltou saindo para fora do quarto indo em direção ao meu quarto com João Carlos.

— Bom dia papai. Acorde!

— Bom dia meu filho! — Respondeu seu pai com uma voz sonolenta.

— Você pode me levar na escola hoje? — Perguntou o menino receoso.

— Claro que sim meu garotão. 

Era 7:20 e já estávamos ao redor da mesa tomando o café da manhã e conversando sobre alguns assuntos triviais.

— Vem para o jantar? — Perguntei o olhando.

— Então, era sobre isso que eu queria falar com você. — Respondeu com um semblante sério.

— Filho, já terminou de comer? — Ele assentiu. — Então vai pegar sua mochila para o papai poder te levar para o colégio.

— E então? — Perguntei arqueando a sobrancelha logo depois de Bernardo subi às escadas.

— Vou precisar fazer uma viagem para Rio de Janeiro, prometo voltar em uma semana.

— Sério isso João Carlos? Você vive fazendo essas viagens, não sei se você sabe, mas tem uma esposa e um filho, ou já se esqueceu? Falei curta e grossa, sem aumentar o tom de voz.

— Roberta, esse é meu trabalho, você sabe muito bem disso. Eu não posso fazer nada se eles precisam de mim o tempo todo.

— Não pode fazer nada? — Respondi começando a me exaltar. — Você tinha me falado que ia dar um tempo e começar a ser presente na vida do nosso filho. 

— Roberta, escuta.

— Quer saber. — Disse o interrompendo. — Faça o que quiser, já estou cansada. — Levantei-me rapidamente e me retirei, fui até a sala onde chamei pelo meu filho, dei um beijo estalado em sua testa e segui para meu carro até a escola.

Estava irritada demais para perder meu tempo ouvindo suas desculpas esfarrapadas.

Estacionei meu carro no estacionamento da escola e me dirigi até a minha primeira aula do dia, que seria no 3° ano, adentrei a sala e cumprimentei a todos com um "bom dia" — , obtendo as mesmas duas palavras em resposta.

Eu sempre gostei de manter total contato visual com meus alunos enquanto direcionava mimha fala a eles. Sendo assim, sempre passeava o olhar pela classe, buscando olhar o maior número de estudantes nos olhos. Os alunos sentiam-se intimidados com os meus olhos penetrantes. E sempre que algum deles deixava o olhar cair, seguia para o próximo. Contudo, com Bárbara Sottile sempre era diferente.

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