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CAPÍTULO 6

Roberta Medeiros Point Of View

Era meio dia quando retornei para minha casa, exausta e com a mente a todo vapor. Me permiti tomar uma ducha e depois seguir para minha sacada. Cada pensamento que vinha uma tragada em meu cigarro eu dava.

Não tinha o costume de fumar porém toda vez que me via em uma situação sem controle a niconita conseguia organizar meus pensamentos para assim eu conseguir dar meu próximo passo.

Eu ainda não sabia nomear o sentimento que eu estava sentindo por Bárbara, mas sabia que era algo confuso. O que eu sentia por ela era afeto, não era?

Quanto mais eu pensava em Bárbara mais confusa eu ficava. Notei hoje que ela tem covinhas e como aquilo a deixava mais fofa e quando ela sorri e faz os olhos sorrir junto aquilo aquecia meu coração.

Franzi a testa por um segundo e neguei com a cabeça. Desde quando eu comecei a notar esses pequenos detalhes? E porque tô sentimento meu coração bater mais forte do que o normal?

Culpei o cigarro e me levantei de onde estava e segui para meu quarto para me deitar. Tentei dormir mas fiquei frustrada, por que o rosto de Bárbara sorrindo não sai da minha mente? E por que ela tem que ser assim?

Autora Point Of View

Era oito horas da noite de uma sexta-feira e Roberta já estava em seu carro seguindo para a casa de Bárbara, não sabia explicar mas desde aquele dia que teve um momento com a menina começou a se sentir mais diferente. Algo estava crescendo dentro dela e ela não estava sabendo como reagir com isso e aquilo a aterrorizava de certa forma.

Parada em frente a casa da mais nova cogitou na hipótese de ir embora e mandar uma mensagem pedindo desculpas e inventar uma desculpa mas algo dentro dela não deixava ela ligar o carro. Vencida pelo sentimento saiu e seguiu até a casa da mais nova onde foi recebida com um abraço acalorado.

Pela primeira vez ela desejou não sair daquele abraço, queria mais tempo. Bárbara com seu jeito simpático a levou até onde estavam seus amigos iniciando assim uma conversa.

Entre uma conversa e outra, um gole de bebida e outro, já era quase 23:00 alguns já haviam ido, outros ainda estavam ali porém já um pouco alcoolizados e Bárbara era uma delas.

O som ecoava pelo ambiente e todos dançavam animadamente menos Roberta, que estava sentada no sofá apenas observando e rindo. Aquilo de certa forma incomodou Bárbara que rapidamente a convidou para ir lá fora um pouco, usando a desculpa que precisava pegar um ar.

— Você mente muito mal. — Falou Roberta rindo. — Por que me trouxe aqui, está tudo bem? — Questionou a mais velha mudando o semblante de feliz para preocupado.

— Eu estou bem, só queria te mostrar um lugar. — Respondeu indo na direção da mais velha e pegando sua mão.

— Aqui de cima da para ter uma boa visão da cidade, mas principalmente da lua e eu sou apaixonada pela lua — Falou Bárbara nem notando em como Roberta olhava admirada, não pela vista mas sim por ela.

Sentadas lado a lado, apenas se ouvia o som dos animais e a respiração calma de ambas.

— Eu sei porque as pessoas gostam da lua. — Falou Bárbara quebrando o silêncio que havia se instalado entre elas.

— Por causa da astrologia? — Questionou Roberta fitando a mais nova.

— Não! Não tem nada a ver com
astrologia. E não tem nada a ver com o universo. Tem a ver com outro infinito. Ao pronunciar as ultimas palavras olhou para Roberta e continuou.

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