Além do Físico

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Autora Point Of View

Dois meses haviam se passado, Roberta e Bárbara agora não se sentiam mais desconfortáveis na presença uma da outra, pelo contrário se sentiam muito bem. Era 19:00 da noite de um Sábado e as cinco estavam na varanda de Roberta, sentadas e conversando sobre assuntos triviais. Vez o outra os olhos das duas se encontravam, elas podiam não dizer verbalmente mas sentiam aquelas sensações estranhas invadirem seus interiores.

Estava calor e Clara resolveu entrar na piscina, Eloisa e Bárbara se entreolharam e segundos depois correram e pularam, se ouvia apenas os gritos de Clara e a risada das meninas. Clara estava brava pois não queria molhar os cabelos. Roberta e Vitória riam da situação.

— Mas então Roberta, está sozinha? — Inciou Vitória um assunto.

— Sim, depois que me divorciei de João Carlos pela última vez, prometi a mim mesma que não embarcaria em um novo amor novamente. Vitória assentiu. — Mas e você e a Bárbara, já estão há bastante tempo juntas, não?

— Dois anos já. — Respondeu bebendo um gole de sua bebida, Roberta a acompanhou. — Vou pedir ela em casamento. Medeiros quase se engasgou. — A gente se ama e já moramos juntas, está na hora, não? — Questionou.

— Claro, porque perder tempo, não? Respondeu sorrindo, mas gritando por dentro, ela ainda amava Bárbara mas queria sua felicidade.

O clima se tornou um pouco desconfortável pois não havia mais o que se falar, Roberta na tentativa de amenizar o ambiente, convidou Vitória para jogar cartas que aceitou rapidamente, admitindo que amava jogar.

— Roberta você poderia trazer uma cerveja para mim, não é? Chamou Clara com um biquinho pidão ainda dentro da piscina.

— Eu tenho uma ideia melhor, porque não vem aqui e entra na partida? Eu estou perdendo. — Respondeu Roberta frustrada, fazendo Clara rir e assentir.

A bela mulher saiu da piscina, se aproximando das duas e pegando uma toalha que havia ali no canto, olhou para o jogo e riu. — Você é péssima amiga.

— Faz melhor então. — Revirou os olhos fazendo Clara rir e abraça-la. — Para com isso boba, você é boa. Roberta ficou seria mas riu logo em seguida.

Eloisa e Bárbara ainda permaneciam na piscina, Eloisa nadava de um lado para o outro, enquanto Sottile estava na borda, olhando para as três que riam.

— Será que um dia você vai perceber? — Sussurrou Eloisa se aproximando.

— Perceber o que? Bárbara a olhou e arqueou a sobrancelha.

— Que o que você sente por ela é amor de verdade? — Respondeu séria.

— Eu não a amo mais Eloisa. — Respondeu revirando os olhos. — Eu amo Vitória.

— Ninguém olha para alguém desta forma.

— Que forma? — Perguntou intrigada.

— Como se todas as estrelas brilhassem ao redor dela e mesmo assim você só tivesse olhos pra ela, e não pra estrelas. — Bárbara permaneceu em silêncio aderindo as palavras de sua amiga.

— Eu amo a Vitória, e Roberta já seguiu sua vida, me parece muito bem.

— Então me responda uma coisa? Bárbara a olhou esperando que continuasse.

— Quando você pensa em amor, quem surge em sua mente? — Bárbara permaneceu em silêncio.
— É ela, não é? Sottile não respondeu.  — Eu sei que é ela, você pode me dizer que não mas eu consigo ver em seus olhos que é exatamente a ela que seu coração pertence.