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CAPÍTULO 3

Olhava de um lado para o outro, sentia um misto de felicidade e nervosismo a cada minuto que se passava. Já fazia 5 minutos desde que ouvi sobre a chegada do avião de Los Angeles. Aguardava ansiosa pela chegada de Clara. Olhei de relance e não consegui conter meu sorriso. Era ela.

Como ela estava diferente, seu cabelo estava mais curto, antes loiro, agora estava castanho. Aquele sorriso, que saudades. Corri para abraça-lá. Cinco meses pareceram 1 ano.

— Que saudades. — Falei me afastando com um sorriso que ia de canto a canto.

— Estava contando os minutos para te ver, amiga. Você faz muita falta.

— Eu pensei que esse dia não chegaria nunca.

— Não seja dramática. — Brincou me arrancando uma risada. — E eu só fiquei cinco meses fora.

— Cinco meses é muito tempo.

— Pensa pelo lado positivo, agora vamos se ver todos os dias, pois eu consegui concluir o curso e agora é real e oficial. Sou a nova professora de História.

Sorri e a abracei novamente, logo a parabenizando pela nova conquista. Ficamos assim por alguns segundos.

— Mas me conta o que você fez todo esse tempo? Como está o Bernardo? E o seu marido? — Perguntou se afastando.

— Bernardo está ótimo. Mas acredito que temos muito tempo para conversar. Você parece está cansada.

— Sim, eu estou.

— Vamos, que eu vou te levar para casa. — Clara assentiu.

Bárbara Sottile Point Of View

— Você duas estão mais próximas ou eu que estou vendo errado?

— Você tá vendo errado. A gente só se encontrou ontem na biblioteca.

— Você quer dizer todos os dias da semana desde o ocorrido com Vitória.

— Foi uma coincidência.

— Sei... Mas me conta como foi estar com ela? Digo de estar perto dela? Questionou me fazendo rir.

— Foi normal, ok? Respondi incerta.

— Huuuum, pelo visto aconteceu algo a mais e você não esta querendo me contar.

— Quê? Nada a ver, Eloisa! Não inventa.

— Tudo a ver! Eu te conheço.

— Eu posso estar enganada, mas senti seus olhares sobre mim algumas vezes. Satisfeita?

— Mas também já estava na hora né, já viu a forma como você olha pra ela? Neguei com a cabeça. — Você consegue expressar todos seus sentimentos através do seu olhar e não é nem brincando.

— Nada haver.

— Ta enganando quem?

— A ninguém! Agora vamos deixar de conversa fiada. Ela riu.

Já era sete horas da noite quando Eloisa foi embora, insisti que ficasse mas ela não havia trazido seus pertences. Minha mãe estava fazendo hora extra e eu me encontrava sozinha. Não gostava de ficar sozinha com meus pensamentos porque eu sabia que se eu parasse para pensar, eu choraria.

Resolvi que a melhor forma de não pensar, era fugindo deles. Fui ao meu quarto e coloquei um tênis confortável. Caminhei por longos minutos até que eu a havistei. Como aquele lugar era lindo. Tirei meus tênis e pude me permitir sentir aquela areia, caminhei mais um pouco até sentir a água gelada do mar passar pelos meus pés causando uma sensação de relaxamento por todo meu corpo.

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