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CAPÍTULO 7

Roberta Medeiros Point Of View

Assim que Bárbara desceu do carro me permiti chorar, lágrimas e lágrimas e nenhuma tirava a dor que eu estava sentindo. Segui de volta para minha casa e quando adentrei senti um vazio.

Aquela casa, aquele silêncio parecia o que eu estava sentindo no momento. Eu não sabia o que fazer.
Pois meu corpo insiste em um toque mais íntimo novamente e minha mente também.

Porque isso foi acontecer justamente comigo? Desde quando senti atração por mulheres? Desde quando me vi atraída por ela? Isso não poderia acontecer, como deixei isso chegar onde chegou? O que havia em Bárbara que evocava tantas emoções.

Agora deitada com meus olhos fechados, imagens de mais cedo se vem presente, a forma como ela desabou e eu não podia segurar ela. Sinto uma raiva nascer dentro de mim, por quê? Por que comigo? Talvez se ela fosse mais velha, ou se não fosse minha aluna poderíamos tentar algo, me sinto inútil, agora eu só posso simplesmente sentar e observá-la, imaginando como seria.

É horrível ter ela tão perto de mim ao ponto de poder sentir sua respiração contra meu rosto mas não poder ter sua boca na minha novamente.

Eu sei que eu posso mudar isso, mas infelizmente pro meu bem e pro bem dela é melhor deixarmos as coisas como estão. Preciso me afastar dela mas como? Infelizmente me apeguei a algo que não me pertence e não sei como me desapegar, e bom talvez eu não queira.

3 meses depois:

Já havia se passado 3 meses desde o ocorrido agora eu era uma mulher livre, João Carlos e eu assinamos o papel de divórcio e consegui ficar com a guarda de Bernardo, eu devia estar feliz mas porque não me sinto? Meus sentimentos por ela cresciam dia pós dia, desde aquele notei que ela estava mais desanimada e aquilo me destruía por dentro. As trocas de olhares eram intensas e constantes. Partes do corpo, vez ou outra, se esbarravam pelos corredores e sala de aula. Eu já não sabia como conter aquele desejo por Bárbara. No entanto, agora eu tinha com quem compartilhar aquela loucura. Pelo menos era assim que Clara denominava o que estava acontecendo: loucura.

— É melhor assim amiga, essa história não iria acabar bem — aconselhou Clara. Eu e Clara conversávamos sentados no sofá da minha casa após um dia de trabalho.

— Eu sei que isso foi o correto a se fazer, mas eu não consigo. Cada vez que tento evitá-la, parece inútil. Eu não sei o que tem acontecido comigo, Clara. Bárbara tem se infiltrado cada vez mais em meus pensamentos. Estou ficando louca.

— Isso vai passar amiga, eu espero. Admitiu Clara.

Conversamos mais um pouco sobre assuntos triviais e Clara foi embora, me levantei do sofá e fui para meu escritório onde corrigi alguns trabalho pendentes, pois iríamos para o acampamento e eu não teria tempo para corrigir. Um trabalho e outro cheguei ao trabalho de Bárbara Sottile. Em questão de segundos seu sorriso veio rapidamente em minha mente. Sempre fui muito profissional com meus alunos, mas, quando se tratava de Bárbara Sottile, todas minhas certezas se abalavam.

Como todos os anos, fizemos um acampamento de despedida para o último ano do ensino médio, meus pais quiseram adotar essa ideia como forma de diminuir a ansiedade para os vestibulares. E agora estávamos dentro do ônibus indo, eu não queria admitir mas estava morrendo de ciúmes em ver Bárbara e Vitória tão próximas. Eu devia estar feliz por ela estar seguindo em frente, mas não consigo.

Bárbara Sottile Point Of View

Desde que eu e Roberta nos afastamos as coisas tem se tornado mais difíceis de lidar, eu pensei que o sentimento iria embora mas por que ele não foi? Dói demais em ver ela me evitando, mas dói ainda mais em saber que não há nada eu possa fazer.

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