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Dois anos haviam se passado, Bárbara já estava no seu 4° semestre na faculdade de jornalismo, seus planos após concluir a faculdade, é se especializar em escrever poemas. Investiu em uma floricultura que para sua surpresa deu muito certo, tudo em sua vida estava indo bem, estava feliz em seu relacionamento com Vitória, agora moravam até juntas, era nítido o quanto ambas se amavam. Sua mãe no início não aceitou bem o relacionamento das duas, mas com o tempo aceitou, agora ama Vitória como se fosse sua filha.

Roberta por outro lado, decidiu voltar a morar na Inglaterra para ficar mais perto de seus pais, se divorciou outra vez de João Carlos, por mais que o homem mostrara ter mudado, as coisas entre eles esfriaram, preferiu seguir sua vida sozinha. Como presente de aniversário, seus pais lhe deram a instituição, e com esse incentivo resolveu voltar para o Brasil, sentia saudades de lecionar. Bernardo, seu filho crescia dia após dia, seu pai não era mais tão presente, vivia em viagens á negócio, no início, era notável que ele não tinha se adaptado bem, porém com o passar do tempo se acostumou.

O dia mal amanheceu e Roberta já estava acordada, apesar de ter chegado do aeroporto na noite passada, se sentia ansiosa pois era o aniversário de sua melhor amiga Clara e queria lhe fazer uma surpresa.

Se levantou e fez suas higienes matinais, caminhou até o quarto de seu filho para acordá-lo e tomar café da manhã. Conversavam alegremente sobre a festa surpresa que fariam para Clara á noite. Levou seu filho para a nova escola e se dirigiu para a instituição.

Assim que chegou foi recebida com muitos abraços, todos estavam feliz com sua volta. Naquela manhã permaneceu em sua sala, Clara não viria lecionar naquele dia. Assim que o sinal soou pelos corredores dando o fim das aulas, dirigiu até uma floricultura, para comprar rosas amarelas para Clara. Estacionou o carro e caminhou até a floricultura, adentrou e foi recebida por uma moça muito gentil. A questionou se havia rosas amarelas, porém a jovem disse que não sabia e teria que ver com a dona, pois era seu primeiro dia.

Assentiu e esperou a bela moça voltar, observou todo o lugar e ficou encantada, havia todo tipo de flores naquele lugar.

— Bom dia! Peço desculpas pela demora. — Falou uma mulher se aproximando. Roberta ainda observando as flores assentiu. Porém quando olhou para a mulher a sua frente, simplesmente travou. Bárbara se encontrava da mesma maneira.

Um silêncio constrangedor se instalou sobre elas, a atendente gentil surgiu segurando as rosas amarelas que Roberta queria, pareceu nem notar o clima que estava entre elas.

— Aqui estão suas flores, senhora. — Falou a moça se aproximando do balcão e quebrando o silêncio que havia se instalado. — Qual a forma de pagamento?

Roberta engoliu a seco e olhou para a moça que tinha um sorriso em seu rosto, caminhou até o balcão e retirou seu cartão do bolso. — No débito, por favor. A mulher assentiu.

Bárbara por outro lado ainda se encontrava no mesmo lugar. Roberta pegou sua flores, agradeceu e se direcionou para a saída, mas antes de sair olhou para trás, mais precisamente nos olhos de Bárbara. — Tchau Bárbara, bela floricultura. A mais nova sorriu e Roberta saiu, fugindo do campo de visão de Bárbara.

Bárbara Sottile Point Of View

— Você está bem, dona Bárbara? — Questionou a atendente com um semblante preocupado? A olhei e assenti sorrindo.

Caminhei até meu escritório e me tranquei, a verdade era que nada estava bem.

Quando avistei de longe eu soube de imediato que era ela, ás borboletas que antes estavam mortas voltaram a voar em meu interior, uma parte vazia que ela havia deixado, rapidamente se iluminou com o seu sorriso e a paixão antes em mim apagada, voltou a queimar com fervor. Eu pensei que tinha superado, mas superei apenas sua ausência e não ela.

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