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O MAIOR ERRO DELA FOI TER ABERTO O PINTEREST NO CAMINHO

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O MAIOR ERRO DELA FOI TER ABERTO O PINTEREST NO CAMINHO. Parecia que o aplicativo vermelho previa sua situação. Estava tão complicada, que poderia facilmente lembrar das citações motivacionais, do tipo:

"Se foi, é porque não é seu."

"Não pegue de volta o que se fez partir."

"Não perca seu tempo pensando no que já foi."

E eram àquelas frases as quais ela queria se apegar, e não ao rosto do garoto, que agora, não era tão garoto assim. Mesmo que seus amigos tentassem ao máximo fazê-la se distrair, sua mente estava parada, em uma fila sem fim de lembranças que a atormentavam nos últimos anos. Em seu pensamento, amaldiçoava Gilbert Blythe por ter feito o que fez, mas, ao mesmo tempo, seu coração se aquecia ao lembrar do momento em que soube que ele tinha voltado para sua vida. Alguns garotos haviam chegado nela, com suas lábias mais belas, mas, Luna era alguém que estava imune à esse tipo de coisa.

Isabela a repreendeu por passar todo o tempo a qual poderia ter aproveitado, curtido, se prepcupando com um ser, que ao seu ver, era insignificante. Ela havia adquirido um certo ranço pelo cara, por mais que soubesse que Luna não havia superado totalmente, afinal, ainda usava aquele amuleto que ele a tinha dado. Na volta pra casa, Isa tinha insistido em dormir em sua casa, pois achava que a amiga precisava de ajuda, mas Luna apenas disse que estava bem, e desceu do carro, se dirigindo até a porta. Já era tarde, então presumiu que todos estavam dormindo. Tirou seus saltos brilhantes e os colocou sobre os ombros, na intenção de subir até o quarto, mas, por algum motivo, sentiu uma vontade gigante de comer pizza e tomar um copo de leite. Não tinha a pizza, mas lembrava de ter uma caixa de leite na geladeira.

- Como foi a festa?

O quão insano era o Deja vu que Luna havia sentido, não era algo explicável. A mesma voz, a mesma escuridão da cozinha, o mesmo susto, a mesma vontade de comer. A mesma pessoa. Ela levantou seus olhos até ele, lentamente, sem nenhuma expressão.

- Por que está aqui, Gilbert? - Luna disse, tentando parecer estável com aquela situação.

- Eu não tinha pra onde ir, então, sua mãe me chamou pra ficar aqui.

- Não é estranho? Passar anos fora e voltar como se nada tivesse acontecido? Abandonar sua vida antiga, e acreditar que ela ainda estaria lá pra você? - Ele não a respondeu, não conseguiu, mas percebeu que ela vacilou na última pergunta. - As coisas mudaram, Blythe, as coisas mudaram. Eu mudei. Não ache que tem a mesma intimidade comigo que tinha há anos atrás. Aquela garota morreu pra você no dia em que foi embora.

- Eu não queria ter ido embora, nunca teria te deixado.

- Ah, é, então porque foi?

- É complicado...

- Não seja ridículo. Saia da minha frente. Gilbert, não seja idiota, saia logo da minha frente.

E ele não saía. Apenas ficava lá, escorado na geladeira, pensando em como ela estava linda. Sempre foi, na verdade, mas, agora, estava ainda mais. 
Ela tentou lhe empurrar, mas ele não saía do lugar. Ela o esmurrava, mas ele não saía do lugar. No fundo, sentia que merecia tudo aquilo.

𝘗𝘦𝘲𝘶𝘦𝘯𝘢 𝘍𝘢𝘳𝘴𝘢 - 𝘎𝘪𝘭𝘣𝘦𝘳𝘵 𝘉𝘭𝘺𝘵𝘩𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora