Faixa 2: Misundestood

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☆★☆ Incomprendida ☆★☆


Catra mal podia acreditar que aquela figura estava ali de volta. Ela então depois da breve surpresa, caiu as gargalhadas e voltou a se encostar na parede do box do banheiro qual tinha entrado.

- Banheiro errado. - ironizou a morena. - Eu nem te conheço, nunca nem vi. Então... vê se cai fora!

- Nossa, assim você me ofende, fofa. - disse a figura do outro lado da porta - É só eu sumir por uns diazinhos, que viro uma pessoa total desconhecida? - questionou - Por onde andam todos aqueles nossos anos de amizade nessa hora, hum?

- Eu só acho impressionante a forma como você, depois de dias, chega com essa sua cara lisa - disse, Catra. - e ainda por cima me vem com a pachorra de falar sobre "amizade"?

A figura do outro lado da porta gargalhou.

- Ah... Você sabe como eu sou: uma hora aqui, uma hora ali, noutras acolá. - disse - Enfim, sempre indo e vindo onde me der na telha, livre leve e solto como a porra de um gato de rua. E usando de minha sinceridade, nesses últimos dias tem sido uma missão quase impossível ficar perto de você e essa sua vibe horrorosa. Toda essa sua negatividade estava fazendo mal a beleza da minha pele.

- Pff! Até parece! - ironizou, Catra apanhando seus cigarro e isqueiro que tinham deixado caír ao lado do vaso - Desde quando que essa sua pele pálida de lagartixa é bonita? - Ela Indagou, logo pôs o cigarro na boca.

- Poxa, gatinha! - exclamou a figura ainda de pé do lado de fora - Como você é ácida. Pensei que ia ficar feliz em me ver depois desses dias, mais pelo visto não fiz sequer um tiquinho de falta. Magoei.

Houve um breve momento de silencio vindo de Catra Devine, e naquele instante que a música nos altos falantes tocavam do lado de fora do WC passou a reproduzir a música "Born To Be Wild" da banda Steppenwolf, a morena levou o seu isqueiro branco próximo ao cigarro e o ascendeu para reavivar a chama apagada.

- "Você sabe como eu sou." - Ela disse - Mas, confesso que senti um pouquinho, só um pouquinho a falta dessa sua voz irritante de taquara rachada.

Ela deu uma forte tragada no seu cigarro, que queimou em chamas em sua cauda acesa, e soltou a cortina de fumaça que tomou conta do box e passou por debaixo da porta.

- Como eu sinto falta disso. - comentou, a voz, saudosa.

- Do quê? - questionou, Catra.

- De fumar um cigarro, principalmente um dessa sua classe chique!

- Pff... Se te serve de consolo, eles nem são tão bons assim. - Catra pegou o cigarro dos lábios entre os dedos - Não vale um terço do que custa.

- Você diz isso porquê tem dinheiro pra isso, mas lembra quando a gente juntava uns trocados pra comprar o nosso velho amigo de guerra, Hollywood e achávamos a coisa mais cinco estrelas e chique do mundo?! - recordou - A gente ficava no terraço daquele AP que tinha cheiro de rato escaldado falando sobre quais marcas chiques iriamos ostentar quando a gente ficasse podres de ricos.

Encarando ainda o cigarro aceso, Catra deixou escapar um sorriso nostálgico, mas seus olhos expressaram-se numa tristeza sólida.

- É... - Ela disse - Eu me lembro bem desse tempo.

O que-quer-que estivesse se passando na cabeça de Catra naquele momento, pareceu ser transmitido para aquela companhia.

- Você não precisa se sentir culpada por não ter dividido comigo aquele ultimo cigarro, gatinha. - disse - Era uma aposta justa, aposta que você ganhou e de forma merecida, então não se culpe por isso... tá tudo bem.

I Hate Myself for Loving You - Catradora Modern AU (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora