Capítulo - 9: Um erro

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Jess

— O que houve, Jess? Está tudo bem? - Fez Natacha, me segurando pelos ombros, enquanto encarava minha figura atordoada.

— Sim... eh, só estou um pouco cansada. - Falei ainda ofegante, tentando recoperar ar que parecia estar meio escasso naquele momento.

— Parece que estava fugindo de um fantasma. Eu acho que seria melhor se sentar um pouco. - Sugeriu.

— Não, estou bem. Não foi nada. - Disse me recompondo.

Toda aquela conversa por algum momento me desviou de um pensamento curioso. Eu e Natacha davámo - nos bem, mas isso não era motivo sufiente para ela ir até à minha casa, estava havendo alguma coisa que por enquanto não era do meu conhecimento. Então, como a boa curiosa que sou questionei:

— Já agora, o que está fazendo aqui?

— Na verdade, estou procurando o Jason. Liguei para o escritório e disseram que ele ainda não havia chegado na empresa, então supus que ele estaria aqui. - Dessa vez seu tom parecia diferente, um pouco mais para insinuoso.
Logo entendi o recado. Ela estava com ciúmes, e a vilã dessa história era eu.

Já que parecia que ela tinha tanta certeza de que ele estava ali, então, só confirmei, para não dificultar o trabalho, até porque eu queria mesmo sumir daí o quanto antes.

— Ele está no primeiro quarto à direita.

Ela fez que "sim" com a cabeça e foi logo em seguida para onde eu indiquei.
Suspirei pesado. Minha vida parecia só estar se complicando mais a cada dia.
Despedi - me do Mike com um carinho na cabeça. O cachorrinho jogado no sofá  manifestava total alegria e relaxamento, o que me fez sentir um pouquinho de ciúmes de estar em seu lugar.
logo peguei minhas coisas pronta para sair.

— Fe, já estou saindo.

— Tudo bem, senhorita. - Respondeu um sorriso. – Tenha um bom dia. - Desejou.

— Um bom dia pra ti também. - Disse antes de sair.

Estava indo até à porta, quando me detive por instante quando me lembrei dos dois ainda em minha casa, me virei para Fe para logo dizer:

— Se eles perguntarem por mim, diga que eu tinha alguns assuntos por resolver.

— Está bem, senhora. Eu aviso. - Fez com um sorriso amistoso.

Só assim pude sair de casa.

(...)

Minha primeira parada infelizmente era na delegacia, precisava prestar depoimento. Quando lá cheguei, fui dirigida à uma mesa onde conversei com um policial, na verdade parecia mais um interrogatório. Consegui expressar um pouco sobre a figura que mal consegui ver claramente. Quando terminado, uma coisa me veio em mente.
A princípio eu poderia pensar que fora uma simples tentativa de assalto, mas aquele bilhete deixara bem claro que havia algo amais, algo que talvez eu ainda desconhecia. Então lembrei - me do dia em que estava indo para casa ver minha mãe e presenciei aquela sena horrível. Minha mãe havia sido assassinada com uma bala no meio da testa. A policia nunca conseguiu achar o culpado, acabaram arquivando o caso por falta de provas. E para piorar, nenhum sinal do meu irmão Peter, até hoje ele é dado como desaparecido.

Ocorreu - me falar com o delegado.
Fui até à recepcionista e pedi para que ela me desse a oportunidade de falar com ele, mas ela disse que não havia chance de eu falar com ele naquele dia. Já estava me dando por vencida, quando ví o delegado passando  por mim apressado. Fui até ele.

— Descupe encomodar, senhor Jones. É que eu preciso muito falar com o senhor. - Mas ele sequer parou, me forçando a correr atrás.

— É uma assunto de vida ou morte. - Falei.

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