Capítulo - 12: Advogada de defesa

7 1 0
                                    

Jess

Fui à uma cafetaria no centro da cidade. Através da enorme janela de vidro já podia ver o homem loiro sentado à uma mesa, levando uma xícara à boca. Desci do carro e fui até ele. Quando me aproximei, seu olhar percorreu por mim, sem manifestar reacção alguma, era como se minha presença não surtice efeito algum sobre ele, e isso era muito esquisito para mim.

— Sente - se, por favor. - Assim o fiz.

— Bom dia, delegado Jones. - Falei estendendo a mão e ele apertou - a.

— Bom dia, senhorita. - Manifestou um sorriso amável sem mostrar os dentes. — Pelo visto você não queria envolver a polícia toda nesse caso, deve ser bem importante para você.

— É... - Fiz olhando para minhas inquietas em meu colo.

— Estou ouvindo... - Fez poisando suas mãos sobre a mesa e se inclinando para frente.

—Delegado, eu omiti algumas informações no meu depoimento.

— E porquê fez isso? - Franziu a testa.

— Não tinha a certeza dos factos, mas agora... tudo parece mais claro.

Comecei a sentir um nó se formando na minha garganta. Falar sobre o passado era doloroso demais. Sentia como se uma ferida estivesse sendo cutucada.

O homem insentivou - me com um olhar acolhedor a continuar , e assim o fiz.

— É possível que o ataque de ontem tenha a ver com o assassinato da minha mãe e talvez o desaparecimento do meu irmão. - Falei por fim.

— Como? Quem era a sua mãe? - Ele parecia cada vez mais interessado em cada palavra que eu proferia, ouvia atentamente.

Respirei fundo antes de prosseguir.

— Meu pai era delegado, assim como o senhor. Ele trabalhava para a FBI e minha mãe era advogada. - Dei uma pausa. — Um dia meu pai saiu e nunca mais voltou. Minha mãe nunca conseguiu me explicar direito o que havia acontecido. Daí passamos quase a vida toda mudando de casa, até mudamos nossos nomes.

O homem atento até então não manifestara nenhuma reacção diferente, mantinha sua postura séria.

— Um dia, quando eu estava na faculdade minha mãe ligou para mim. Ela parecia apavorada... - Fiz uma pausa sentindo o nó quase explodindo de vez. Minha voz já estava chorosa e às lágrimas a beira de meus olhos.

— Acho melhor beberes um pouco de àgua. - Disse fazendo sinal para que um garçon chegasse até ele. —  Água, por favor. - Disse ao rapaz.

O rapaz cacheado concordou e saiu logo em seguida.

— Pode continuar. Eu sei que é difícil falar sobre isso, mas é necessário. Eu vou ajudar você. Em breve quem fez isso estará atrás das grades, mas para isso preciso que você fale. - Sua voz passava conforto.

Seus olhos penetrantes de alguma forma provocaram em mim um pouco de calma e segurança. Com certeza eu estava mais leve por estar tirando aquele peso de cima de mim.

— Então, na mesma hora em que a chamada caiu, fui correndo para casa, mas infelizmente quando lá cheguei... era tarde demais. - As lágrimas já estavam rolando no meu rosto, minha luta àquela altura era limpa - las com as costas das mãos, o que não estava dando muito certo.

— Minha mãe já estava morta... - Cumbri meu rosto com as mãos e cai no choro.

— Tome. - Disse chamando minha atenção.

Quando olhei para ele percebi que estava segurando um lenço de pano. Recebi e comecei a enxugar minhas lágrimas.

— Obrigada. - Agradeci com um sorriso fraco.

Desejo ProfundoOnde histórias criam vida. Descubra agora