Jess
Fui à uma cafetaria no centro da cidade. Através da enorme janela de vidro já podia ver o homem loiro sentado à uma mesa, levando uma xícara à boca. Desci do carro e fui até ele. Quando me aproximei, seu olhar percorreu por mim, sem manifestar reacção alguma, era como se minha presença não surtice efeito algum sobre ele, e isso era muito esquisito para mim.
— Sente - se, por favor. - Assim o fiz.
— Bom dia, delegado Jones. - Falei estendendo a mão e ele apertou - a.
— Bom dia, senhorita. - Manifestou um sorriso amável sem mostrar os dentes. — Pelo visto você não queria envolver a polícia toda nesse caso, deve ser bem importante para você.
— É... - Fiz olhando para minhas inquietas em meu colo.
— Estou ouvindo... - Fez poisando suas mãos sobre a mesa e se inclinando para frente.
—Delegado, eu omiti algumas informações no meu depoimento.
— E porquê fez isso? - Franziu a testa.
— Não tinha a certeza dos factos, mas agora... tudo parece mais claro.
Comecei a sentir um nó se formando na minha garganta. Falar sobre o passado era doloroso demais. Sentia como se uma ferida estivesse sendo cutucada.
O homem insentivou - me com um olhar acolhedor a continuar , e assim o fiz.
— É possível que o ataque de ontem tenha a ver com o assassinato da minha mãe e talvez o desaparecimento do meu irmão. - Falei por fim.
— Como? Quem era a sua mãe? - Ele parecia cada vez mais interessado em cada palavra que eu proferia, ouvia atentamente.
Respirei fundo antes de prosseguir.
— Meu pai era delegado, assim como o senhor. Ele trabalhava para a FBI e minha mãe era advogada. - Dei uma pausa. — Um dia meu pai saiu e nunca mais voltou. Minha mãe nunca conseguiu me explicar direito o que havia acontecido. Daí passamos quase a vida toda mudando de casa, até mudamos nossos nomes.
O homem atento até então não manifestara nenhuma reacção diferente, mantinha sua postura séria.
— Um dia, quando eu estava na faculdade minha mãe ligou para mim. Ela parecia apavorada... - Fiz uma pausa sentindo o nó quase explodindo de vez. Minha voz já estava chorosa e às lágrimas a beira de meus olhos.
— Acho melhor beberes um pouco de àgua. - Disse fazendo sinal para que um garçon chegasse até ele. — Água, por favor. - Disse ao rapaz.
O rapaz cacheado concordou e saiu logo em seguida.
— Pode continuar. Eu sei que é difícil falar sobre isso, mas é necessário. Eu vou ajudar você. Em breve quem fez isso estará atrás das grades, mas para isso preciso que você fale. - Sua voz passava conforto.
Seus olhos penetrantes de alguma forma provocaram em mim um pouco de calma e segurança. Com certeza eu estava mais leve por estar tirando aquele peso de cima de mim.
— Então, na mesma hora em que a chamada caiu, fui correndo para casa, mas infelizmente quando lá cheguei... era tarde demais. - As lágrimas já estavam rolando no meu rosto, minha luta àquela altura era limpa - las com as costas das mãos, o que não estava dando muito certo.
— Minha mãe já estava morta... - Cumbri meu rosto com as mãos e cai no choro.
— Tome. - Disse chamando minha atenção.
Quando olhei para ele percebi que estava segurando um lenço de pano. Recebi e comecei a enxugar minhas lágrimas.
— Obrigada. - Agradeci com um sorriso fraco.
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Desejo Profundo
RomanceAutora: Domingas Pedro Na busca pela verdade sobre o assassinato de sua mãe e o desaparecimento de seu pai e irmão, Jess percebe que o destino ainda não está disposto a trazer - lhe dias fáceis, mas seu amor pelo grande amigo a faz duvidar se realme...