Capítulo - 3: Um amor platónico

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Jess

Sentei - me em minha cadeira desfrutando do conforto da mesma, dessa vez com a certeza de que poderia descansar nem que fosse só por 5 minutos. Soltei um suspiro ao sentir minha coluna se apoiando.

- Que vida, ein. - Indaguei para mim mesma.

Foi nesse instante que ouvi o som de uma porta a bater, o que me fez assustar e quase cair da cadeira.

- Merda. - Soltei.

Instantes depois vi Jason passar quase que a velocidade da luz indo em direção à sua sala. Minha porta estava aberta, por isso consegui ve - lo. Pensei em chama - lo, mas lembrei - me de que Natacha o estava aguardando em sua sala, então me mantive quieta.

- O que será que aconteceu dessa vez? - Me questionei.

Voltei a me posicionar na cadeira e segurei o meu telemóvel e liguei para Becca, minha amiga querida que não via fazia tempo.

Ligação on:

- E aí, pirua? - Indagou num tom eufórico.

- Pelo visto estou pior que você. - Fiz gracinha. - Com todo esse ânimo você só pode estar acompanhada.

- Você me pegou. - Soltou uma gargalhada. - Que bom que não me ligou por uma video chamada, não teria atendido.

Soltamos gargalhadas.

Estava girando na cadeira enquanto falava. Foi numa das minhas rodadas que percebi que o senhor Gabriel estava me observando com um olhar de desaprovação. Rapidamente parei de girar a cadeira e me posionei correctamente próxima ao computador.

- Preciso desligar. Falamos depois. - Falei ao telemóvel e desliguei logo em seguida, sem dar tempo à ela de dizer alguma coisa.

Ligação off:

O homem olhou para mim por mais alguns segundos, até abanar a cabeça de um lado para o outro e sair andando para longe da minha vista.
Meu coração estava um pouco acelerado. Apesar de eu ter o Jason e ele ser gente boa, seu pai ainda era meu chefe também e tinha o poder de me demitir quando quisesse.

- Velho chato. - Soltei.

(...)

Alguns minutos depois, estava com o meu telemóvel em mãos no pinterest vendo alguns vestidos e sapatos, quando de forma tão rápida e inesperada uma figura surgiu em minha sala me fazendo assustar e, novamente quase cair da cadeira.

- Merda! Jason. - Coloquei a minha mão livre no coração. - Pare de chegar de forma sorrateira.

- Não era a minha intenção te assustar. - Falou colocando as mãos nos bolços.

Ele estava diferente de quando entrara em sua sala. Seu cabelo negro estava bagunçado o deixando com um ar mais sexy. Com certeza um dia ele seria a razão da minha perdição. Questão de segundos foram o suficiente para que milhões de pensamentos impuros possuíssem a minha mente.

- Você está prestando atenção no que estou falando? - Sua voz me tirou do transe.

- Hã? - Manifestei totalmente confusa e perdida em seus olhos verdes que agora estavam mais próximos de mim.

- Ah, Jess. - Suspirou.

- Pode repetir, te garanto que dessa vez ouvirei tudinho.

Me esforcei ao máximo para me concentrar, mas meus olhos desobedientes miraram para o seu ziper que por acaso não estava totalmente para cima.

- Precisa subir mais um pouco o ziper... - Falei. Não consegui me conter e soltei uma gargalhada.

Jason olhou para o local e confirmando o que eu havia dito, subiu o pouco espaço do ziper que faltava.

- Agora será que posso falar? - Perguntou meio impaciente.

Eu acho que de todas as emoções que eu lhe causava, a impaciência era uma das que mais tomava destaque. Seu semblante bravo era totalmente fofo.

- Quero me desculpar pelo que houve há pouco com o meu pai. - Disse apoiando suas nádegas na mesa.

- Sem problemas, não foi nada de mais. - Menti, como das outras vezes em que aquele velho babaca me ferira com suas palavras.

- Eu não suporto ver alguém magoa - la. Eu deveria ter dito alguma coisa para te defender... - Ele parecia sentido.

Suas palavras estremeceram meu coração. Na real, Jason é tudo o que eu tenho. Ele se tornou meu protetor desde a faculdade, se não fosse por ele, talvez eu já teria desistido da vida.

Levante - me posicionando - me na sua sua frente, encarando seus olhos verdes como esmeralda.

- Não se culpe. Você sabe que eu nem ligo para isso. A única opinião que me importa é a tua.

- Venha aqui. - Ele se levantou e me puxou para um abraço.

Seu cheiro incomum misturado ao do perfume da Natacha invadiram minhas narinas. Era difícil para mim abraço - lo e sentir o cheiro de outra mulher em seu corpo, mas eu tinha que me conformar. Eu nem tinha o direito de me sentir incomodada.

- Sempre estarei com você para o que precisar.

Sua voz soou mais como um sussurro gostoso de se ouvir. Com a minha cabeça apoida em seu peito era possível ouvir o bater do seu coração tranquilo.

- Obrigada por fazer parte da minha vida. - Falei.

Ele depositou um beijo no topo da minha cabeça. Logo nos soltamos.

- Você é que é um amor de pessoa, baixinha. - Puxou de leve as minhas bochechas.

Com certeza já que eu não o podia ter como meu amor, faria de tudo para nunca perder o carinho e a confiança que ele tinha em mim.

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Olá, mis amoree!

O que estão achando dessa linda amizade entre os dois?
Eu simplesmente estou com o coração derretendo.😭😭😭

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