Sýndesis

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— Pensei que teria uma recepção maior para meu tão aguardado retorno.

— Sou sua recepção que importa Akira, se contente com isso — o mais velho abriu os braços para me receber num abraço e o gesto foi por prontamente correspondido. Ainda que não fosse de sangue, era um membro precioso da minha família. Ele beijou meu rosto antes de jogar o braço nos meus ombros e me acompanhar até a saída.

Por conta de toda a pesquisa sendo feita, as forças estavam divididas e também seria bom termos uma conversa a sós antes da reunião oficial. Ele guardou a mala no carro e em seguida sentou no banco do passageiro ajustando a distância do painel para comportar suas pernas longas — Akira era poucos centímetros mais baixo que Satoru —, ele suspirou fundo antes de fechar os olhos por um momento.

— Tinha me esquecido de como viagens de avião são cansativas — comentou.

— Não sei do que reclama, veio de primeira classe — respondi manobrando o carro para sair do aeroporto. Não havia limites para a conta bancária dele.

Akira riu — Ainda assim, ficar tantas horas parado é cansativo, mas você deve ter vindo sozinha por um motivo, então vou tentar não dormir.

— Você é tão gentil, obrigada — se sarcasmo fosse veneno estaria pingando da minha boca —, mas não está errado. Foi aquele que assumiu as pesquisas da minha técnica depois de Akio-san, quero discutir uma possibilidade.

— Sou todos ouvidos irmãzinha.

Apertei o volante, mantendo os olhos fixos na estrada — Qual a probabilidade da dádiva das moiras ser uma técnica de mestre de maldição?

Silêncio, Akira não respondeu, mas ouvi o barulho de tecido de mexendo indicando que o homem ajeitava sua posição. Passou alguns segundos até ele suspirar alto e soltar um sibilo de reclamação.

— Muita, na verdade, não sei como não tivemos essa conversa antes. [Nome] o fio vermelho é uma maldição por si própria.

— Sei que soa loucura, mas tem essa coisa dentro da minha cabeça que parece que fica querendo chamar atenção e eu não sei o que é.

— Como assim?

Durante nossa volta me dediquei a explicar ao recém-chegado, em detalhes, minhas aventuras nos últimos meses. Desde a briga que tive com Satoru até a mais recente emboscada feita pelo novo grupo revolucionário de Gaia, aquele liderado por Getou.

Akira ouviu e ouviu, quieto, atento a cada informação que deixava minha boca. Nem mesmo quando contei que assistimos na outra linha do tempo, o homem disse algo. Sua falta de fala foi absoluta e se propagou até retornarmos a escola.

— Quero testar uma coisa — foi o que me disse —, vamos até seu antigo campo de treinamento.

A intensidade de sua fala não me fez questionar, o homem era inteligente se pediu algo como isso era porque tinha uma ideia do que fazer. O lugar se apresentou logo em nossa frente e em seguida Akira desabotoou as mangas da camisa social as dobrando até os cotovelos, tirou do bolso um maço de baralhos e disse alto e com convicção.

— Me ataque, como se quisesse me matar.

— O quê? Não, Akira e-

— Ande logo, confie nas minhas habilidades pelo menos uma vez.

Fechei a mão em punho, antes de deixar fluir minha energia amaldiçoada. O mais velho assim como Akio possuía o que chamamos de técnicas de engano, conseguia projetar movimentos e ataques aplicando energia amaldiçoada nas cartas de baralho. Como um verdadeiro ilusionista.

Kairós - (Gojo Satoru x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora