Família

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A volta foi mais rápida do que o imaginado, quando chegamos até o colégio metropolitano de práticas jujutsu Megumi estava sentado do lado de fora de uma sala. A cabeça baixa, a perna parecia balançar num ato de nervosismo e os olhos miravam o chão, no corredor tinham alguns assistentes parados discutindo algo e outros entrando e saindo de um quarto.

Assim que meu primo me viu surgindo no fim do corredor ele se levantou, as mãos fechadas em punho ao lado do corpo. Seu uniforme estava desalinhado e me aproximando abracei seus ombros com força enquanto observava no quarto o corpo inerte de Tsumiki deitado na cama e a marca da maldição gravada em sua testa. Não era como algo que um dia já tivesse visto.

— Eles não sabem o que aconteceu — o garoto resmungou, ele não correspondeu meu abraço apenas manteve a testa apoiada no meu ombro — Ninguém sabe.

Bati em suas costas — Observaremos de perto, você está bem? Não aconteceu nada?

O movimento da cabeça foi negativo, e no momento que o soltei e olhei novamente para dentro, uma sensação antiga retornou. Na verdade, se mostrou, a linha preta por um segundo circulou o corpo de Tsumiki e tão rápido quando apareceu se desfez, o ar travou em minha garganta, mas dessa vez não caí como aconteceu alguns dias antes; quando o garoto misterioso apareceu na nossa cozinha.

Contudo, a sensação foi a mesma. Olhei envolta como se estivesse procurando uma pista do que aquilo significava, mas não vi nada. Satoru claramente não estava em seu melhor humor, principalmente após ter sido arrancado do dia de folga e depois de finalmente nos acertarmos, mas ele pareceu se segurar nos comentários vendo a seriedade da situação.

Yaga-san estava no lado de dentro quando nos viu parados e caminhou de encontro a nós, pedindo para conversar comigo por um instante. Pedi para que Satoru olhasse Megumi enquanto seguia o diretor para uma sala isolada.

— O que aconteceu? — questionei assim que a porta foi fechada atrás de mim.

— Sabemos o mesmo que você, nada. Não é algo que eu tenha visto na minha vida, os sinais vitais estão normais, mas o sistema dela não responde. É como se estivesse em coma.

Esfreguei os braços tentando me livrar dos arrepios — Vocês olharam a casa? Onde ela esteve? Falaram com os colegas da escola? — Bati a mão na parede com força — Droga Yaga-san, algum olheiro tem que ter visto algo!

— [Nome] fique calma. — ele ergueu as mãos na minha direção.

— Não tem como eu ficar calma, é a porra da minha família! Eu já tive tirada de mim não uma, mas duas vezes. Não existe maneira de eu deixar isso acontecer de novo.

— Sei que não, mas quando resolver algo irritado fez algo de bom para você? Ou qualquer um de nós? — o mais velho forçadamente colocou as mãos nos meus ombros — A situação está estável, precisa cuidar do que sobrou da sua família antes disso.

Nesse momento meus ombros caíram, existia um dilema na minha mente entre caçar o bastardo que havia colocado Tsumiki naquela posição e proteger Megumi do bastardo que colocou a irmã adotiva naquela posição. Passei a mão pela nuca e puxei de leve os cabelos na base para tentar me acalmar, eu não poderia fazer muito pela garota. Não conhecia toda maldição que existia no Japão, nem todo mestre de maldição, mas pelo meu primo...

Nenhuma possibilidade poderia ser descartada, e sabendo do passado sombrio do meu tio, se fosse algum antigo colega querendo acertar contas? Nada de bom poderia sair disso.

— Quero que Megumi fique na escola.

— [Nome], ainda tem um ano para ele ingressar como aluno. Não sei se é possível.

Kairós - (Gojo Satoru x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora