↞ Maldição Ametista

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Sentada próxima à área de treino observando Haibara e Nanami se alongarem enquanto aguardava Satoru Gojo aparecer, é essa a situação em que me encontro.

— O que você vai fazer mesmo? — Yu perguntou jogando os braços para cima.

— Pesquisar — respondi de maneira vaga.

Nanami fez uma careta e parou para me olhar — Você tem feito muito isso ultimamente, o que tanto procura?

— Nada com que você precise se preocupar, e sim confio em vocês. — girei meus ombros e levantei após explicar — Só não é nada que precisam saber.

— Se isso deveria nos tranquilizar, não funcionou. — reclamou o loiro.

Senti o ar atrás de mim se mover e me virei vendo que Gojo estava a alguns metros de distância. O garoto andava com as mãos nos bolsos, sustentava no rosto uma clara feição de insatisfação e caminhava arrastado como se realmente estivesse sendo forçado aquilo.

— Sua animação é tão contagiante, deveria me preocupar em arrumar alguns cubos de açúcar? — esperei que se aproximasse.

O garoto que era mais alto que eu se curvou levemente em minha direção — Depende do quanto você quer me enrolar na sua teia mulher-aranha.

— Nem um pouco — me virei para meus colegas — Yu, Kento vejo vocês a tarde.

— Boa pesquisa [Nome] e Gojo-senpai!

Claro que foi o moreno que respondeu, Nanami apenas manteve o rosto sério. Nesse momento a mão do meu acompanhante pousou sob o meu ombro e imediatamente senti um puxão no meu estômago, não era nem um pouco parecido com o meu avançar no tempo.

Ao nosso redor um cenário novo, a casa tinha um aspecto tradicional e podia muito bem se passar por sendo mais um prédio da escola. Madeiras escuras, dois andares, pequenos degraus logo na entrada e um jardim que se abria e terminava nas árvores que rodeavam a propriedade.

Gojo não me deu muito tempo para observar, saiu andando para uma direção qualquer a qual fui obrigada a seguir prontamente. Apesar de ser a residência de um clã jujutsu famoso o local me pareceu vazio, durante o caminho até os registros não vi absolutamente ninguém.

— Surpresa? — ele perguntou me olhando por cima do ombro.

Levantei o olhar para ele sem mudar a minha feição — Um pouco, pelo que me contaram famílias antigas costumam ter bastante servos.

— As velhas e antiquadas sim — concordou comigo —, sou o último Gojo. Não preciso de tantas pessoas por perto.

No seu tom de voz havia uma dor escondida, não precisava de muito para pensar em alguns cenários que contornavam a maneira que cresceu. Alguém extremamente poderoso que já nasceu com enormes expectativas nas costas, não esperariam nada menos do que glória e grandes feitos.

Olhei para o chão lembrando dos dias passados no monastério com Miller e o vice-diretor. Mesmo que não tivesse a mínima ideia da minha história, tive bons momentos. De certa forma dói pensar que um lugar como aquele não passa de ruínas destruídas, irreconhecíveis e abandonadas pelo tempo.

— Mesmo assim parece surreal, nunca vi nada parecido na Grécia. — mudei de assunto antes de eu mesma me afundar num caminho difícil de retornar.

Essa menção do meu país natal pareceu chamar um pouco sua atenção — Não tem famílias de feiticeiros lá?

— Poucas, mas eles são orgulhosos demais para deixar que outras pessoas cuidem de suas vidas. Tem uma certa honra em cuidarem de si mesmos sozinhos, também não é comum essa hierarquia absoluta; são realmente uma família.

Kairós - (Gojo Satoru x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora