Capítulo 8

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"Às vezes eu, preciso apenas lembrar de respirar

Às vezes eu, preciso que você fique longe de mim

Às vezes eu, fico tão descrente que nem sei

De alguma forma eu preciso que você vá..."

Don't Stay Linkin Park

Spencer

Eu não estou jogando... é o que queria ter respondido a Elise, mas ela deu as costas e eu a deixei ir.

— Filho! — Escuto a voz da minha mãe quando chego em casa, depois de deixar Tristan na dele. — É você?

— É sim. — Suspira aliviada e eu sorrio, dando um beijo na cabeça dela. — O que foi? Está tudo bem? Se sente mal?

— Eu estou ótima. — Ela me acalma rapidamente. — É Emily.

Paraliso por um momento, a encarando sem piscar, antes de estalar o pescoço.

— Meu quarto?

— Sim. — Suspira e acaricia meu rosto. — Está tudo bem, meu filho?

— Como assim? — pergunto com o cenho franzido.

— Seus olhos... — Seus dedos tocam levemente sobre minha testa. — Eu nunca te vi com olhos tão tristes e não faz bem para saúde de uma mãe constatar algo assim.

Seguro as mãos dela entre as minhas.

— Eu estou bem, mãe. Não fique se preocupando à toa, cuida da sua saúde, ou vai ficar mais velha do que já é. — Ela libera as mãos antes de fazer uma cara indignada e me bater no braço.

Eu rio, enquanto ela exala ultrajada, colocando as mãos na cintura.

— Fala isso outra vez e vou te dar a surra que nunca dei quando era criança. — Nós rimos mais um pouco e ela deixa os braços caírem ao lado de seu corpo. — Filho, eu gosto muito da Emily. — Engulo em seco. — Mas se ela estiver te causando problemas...

— Emily é importante para mim — corto com delicadeza. — Não se preocupe que estamos muito bem.

Fico calado, sem palavras após isso e minha mãe me observa com uma expressão derrotada, que me confunde.

— O papai a ama como se fosse uma filha. — Resolvo quebrar o silêncio e ela anui lentamente.

— Só te quero feliz, ok? — Ela abre um sorriso compreensivo. — Você pode me dizer que está bem o quanto quiser, eu não vejo isso.

Essa parece ser a razão central de tudo: eu não tenho motivos para estar abatido desta forma.

Não tenho oportunidade de continuar a conversa, os passos de Bianca trovejam nos degraus e ela pula os dois últimos, correndo até nós.

— Se você cair e quebrar o nariz, vai deixar sua cara mais feia ainda — provoco e ela me mostra a língua.

Bagunço seus cabelos, a fazendo gritar e resmungar.

— Ok, crianças. — Nossa mãe interrompe, rindo. — Chega disso. Vem Bianca, deixa seu irmão subir.

Respiro fundo e caminho até meu quarto, carregando uma pequena sacola de papel. Empurro a porta que estava apenas encostada e vejo Emily parada no meio do cômodo, usando uma calça justa e suéter que deixa sua pele à mostra no pescoço e nos pulsos; seu cabelo preso em um coque apertado, chama atenção para seu colo e nuca.

Vanilla & Cinnamon [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora