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Apartamento 777 | Capítulo 22: Eu Vou Te Matar

⚠️ Aviso de gatilho!

— Não sei de onde você tirou essa ideia — Mel riu, desviando o olhar e começando a caminhar.

— Mel, estou falando sério. Por que está saindo? — ele insistiu, indo atrás dela.

— Achei que só íamos caminhar, nada mais.

— Você está mentindo pra mim, não está? Melinda... — Jin a alcançou, a voz carregada de preocupação. — Isso é sério. Amor, se precisar de ajuda, não esconda nada de mim. Vamos ser verdadeiros um com o outro. Se vamos construir algo juntos, não podemos deixar mentiras atrapalharem. Eu quero um futuro com você... — Ele segurou o rosto dela com ambas as mãos. — Eu te amo.

— Jin... — Ela o encarou com olhos brilhando. — Por favor... só me beija. Só me beija, por favor!

Ele aproximou seu rosto lentamente, até seus lábios finalmente se tocarem em um beijo calmo e carregado de carinho. Uma de suas mãos segurava o rosto dela, a outra, firme, prendia sua cintura contra seu corpo.

— Eu também te amo — Mel murmurou entre o beijo.

— Eu te amo mais. Você não faz ideia do quanto.

(...)

Voltamos para a fazenda. Jantamos, conversamos por horas, trocamos beijos até adormecermos, abraçados.

Na manhã seguinte, acordei cedo. Vi a senhora Bang saindo da cozinha e ela me chamou para acompanhá-la até a cidade, para preparar o bolo favorito da Melinda e tentar animá-la. Não pude recusar.

(...)

Melinda acordou dando falta de Jin ao seu lado. Levantou da cama e o chamou, mas não obteve resposta. Depois de um banho rápido, vestiu um vestido roxo florido e rasteirinhas. Prendeu o cabelo, e ao descer as escadas, deu de cara com seu tio.

— Está assustada, sobrinha? — ele disse, rindo.

A expressão dela fechou instantaneamente.

— Onde está o Jin? E a minha mãe? — As mãos de Melinda começaram a suar.

— Ah, eles foram para a cidade. Sua mãe quer fazer seu bolinho favorito. Agora estamos só eu e você... — O sorriso dele era de puro veneno. — E eu fico pensando em quantas coisas poderia fazer agora...

O pânico tomou conta dela.

— Você... você não teria coragem — disse com a voz trêmula.

Ele caminhou em sua direção, e ela deu um passo para trás.

— Você não sabe a coragem que eu tenho. Quando era criança, eu tive dó... mas agora, olha só pra você. — O olhar dele era doentio. — Eu sinto ódio ao ver aquele seu namorado te beijando... Era pra ser eu!

A bile subiu à garganta de Melinda.

— Seu porco maldito! — gritou, empurrando-o e correndo para o quarto.

Ele veio atrás dela. Tentou fechar a porta, mas ele colocou o braço, gritando de dor. Ele empurrou a porta com força, derrubando-a com um chute na barriga. O ar fugiu dos seus pulmões.

Antes que pudesse reagir, ele puxou seus cabelos violentamente e lhe deu um tapa tão forte que sentiu o gosto metálico do próprio sangue. Gritou por socorro, mas ninguém apareceu. A visão dela ficou turva, mas sabia que se desmaiasse, seria pior.

Com o pouco de força que lhe restava, arranhou o rosto dele com unhas afiadas. Ele gritou. Ela se levantou cambaleando, correu para a porta, mas ele puxou seu vestido, rasgando-o. Melinda chutou com força entre as pernas dele, fazendo-o gritar e soltá-la.

Ela correu para fora da casa, gritando por ajuda.

(...)

— Esqueci meu celular — comentei para a senhora Bang. — Não estamos longe, posso voltar pra buscar?

— Claro, meu filho — respondeu ela. — Aproveitamos para ver se Mel já acordou. Aposto que ela vai querer vir conosco.

Dei meia-volta no carro, mas a sensação ruim não era só pelo celular. Algo dentro de mim dizia que eu precisava ver a Melinda.

Quando chegamos ao portão, levei um choque. Pisei no freio com força ao ver Melinda correndo desesperada, o vestido rasgado. Atrás dela, o tio.

Saltei do carro.

— MEL! — Ela correu para os meus braços, tremendo de medo.

— Mel, o que aconteceu?! — perguntei, assustado.

A senhora Bang saiu do carro, correndo para nós.

— Filha! — ela chorava.

Deixei Melinda nos braços da mãe e fui atrás do desgraçado que a perseguiu.

(...)

— Maldito! — gritei, correndo até o celeiro onde ele havia se escondido.

Empurrei a porta e vi tudo silencioso.

— Está se escondendo, seu covarde? Com mulher você se acha o machão, não é? — minha voz ecoava cheia de ódio. — Seu otário de merda, eu juro que vou te matar!

De repente, senti uma pancada na cabeça. Cambaleei e vi o maldito rindo.

— Filho da puta! — consegui gritar antes de lhe dar uma rasteira, derrubando-o.

Subi em cima dele, socando seu rosto sem parar. Sangue respingava, mas eu não parava.

Ele me deu uma cabeçada e tentou se levantar, mas agarrei seu pé e torci com força. Ele gritou. Levantei-me, vendo-o gemer no chão.

— Seu porco nojento! — gritei.

Vi um ferro de marcar cavalos, ainda quente. Sem pensar, o peguei e queimei seu rosto, ouvindo seu grito agonizante.

— Isso é por mim — cuspi.

Virei o ferro na mão.

— E isso é pela Melinda! — preparei-me para acertá-lo na cabeça.

— POLÍCIA! — ouvi gritos.

Dois policiais me seguraram antes que eu pudesse desferir o golpe final.

— ME SOLTA! EU VOU MATAR ESSE FILHO DA PUTA! — gritei, lutando para me soltar.

(...)

Foram horas na delegacia para prestar depoimento. Melinda teve uma crise de pânico tão severa que precisou ser hospitalizada.

Assim que pude, corri para o hospital.

— Como ela está, senhora Bang? — perguntei, ofegante.

Ela passou as mãos pelos cabelos, desesperada.

— Eu sou a pior mãe do mundo... — sussurrou, chorando. — Como... Como eu nunca percebi? Meu Deus, se não tivéssemos voltado... ele teria feito algo horrível com a minha filha! — Ela desabou em lágrimas.

E eu, de coração despedaçado, só pude ficar ali, sem palavras, sentindo a mesma dor.

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