Capítulo 1

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Kim, acorde, vai se atrasar para aula - minha mãe disse já na pressa, era sua primeira entrevista de emprego, ela iria trabalhar pela primeira vez desde que nasci. E, pelo que percebi, ela estava muitíssimo ansiosa.
- Só mais 10 minutos mãe!
- Nem mais uma segundo filha!
- Por favor?
- Não, vamos, não posso me atrasar.
Sai direto para o banheiro fazer minha higiene matinal, eu andava que nem uma bêbada de tanto sono, era uma segunda - feira e tinhamos uma excursão para o jardim botânico. A propósito, sou Kim, tenho 16 anos. Meu sonho é escrever um livro que seja um best-seller. Comecei um quando eu tinha uns 13 anos, mas não terminei pois desisti da história, mas isson não vem ao caso.
Minha mãe me deixou na porta do colégio para pegarmos o ônibus de turismo lá.
Chegamos ao tal parque, era no centro da cidade, o que fez com que levassemos mais ou menos 1:30h de viajem, mas isso era até legal. O ônibus é sempre a melhor parte. Eu e meus melhores amigos Lince e Amy ficamos conversando durante toda a viagem.
Quando entramos no jardim, a professora de biologia começou a nos explicar sobre cada planta que havia ali. Não sei por que, mas algo me chamava a atenção. Não fazia ideia do que era. Paramos numa sombra para descansar e comer algo, eu e meus amigos conversamos e apreciamos os pássaros que viviam ali. Tiramos também várias fotos com a minha câmera e a Amy filmou tudo para postar em seu canal no YouTube. Quando enfim a exposição acabou, parei de sentir aquela estranha sensação. Era uma sensação boa. Lembrei - me que toda vez que via algum jardim ou parque natural eu sentia isso, uma sensação de paz, que poderia me deixar viver ali para sempre, como se fosse meu lugar.
Quando a exposição acabou, a turma entou no ônibus ( que por sinal demorou um século para chegar no horário marcado ) que nos deixou na porta do colégio e eu, Amy e Lince fomos andando até minha casa. Então, na esquina de casa, vi uma coisa impressionante que me deu vontade de gritar bem alto e chorar, dar na cara daquele homem, mas me segurei e em vez disso comecei a chorar. Meu pai, melhor dizendo, idiota do meu padrasto, estava nos abandonando. Eu gostava dele mas, a partir daquele momento passei a odia-lo. Meu pai morreu quando eu tinha 7 anos, uns 5 anos depois, quando minha mãe superou sua morte, nós passamos a viver com o Dean. Agora eu tinha meus motivos para detestar ele. Fui até seu carro, sabia que ele estava bastante estressado e iria lá só para tirar alguma satisfação. Era o mínimo que ele podia fazer.
Lince e Amy foram me esperar dentro de casa. Qual seria o motivo disso? Desprezo? Não, minha mãe dava todo o amor necessario a ele. Traição? Pode ser uma hipótese, agora ele devia estar indo morar com a namorada. Era difícil acreditar, mas tudo poderia ter acontecido.
- Dean, aonde você vai?
- Vou dar uma volta, princesa
- Não me chame assim. Só meu pai tinha esse direito, e pelo que eu saiba, você não é ele.
- Desculpe - me. - ele disse, estava triste.
- Sei que você está nos abandonando, vi você colocando suas malas no carro.
- Kim, sua mãe nunca esqueceu seu pai, e eu não quero ficar aqui sendo que ela ainda o ama. Não quero sofrer com isso, ter esse peso na consciência.
- Sei que não é por isso. Peso na conciencia? Claro que nao! Meu pai sempre quis que minha mãe fosse feliz. Ela era feliz com você. E você sabe que é difícil deixar de amar alguém, mesmo essa pessoa não estando mais aqui? Se sim, você entenderia. Eu amo meu pai, mas também te amava, achava que você era um cara legal, que faria de tudo pele gente, pela sua família - senti uma lágrima cair dos meus olhos, dos dele também. Eu iria sentir falta da minha terceira "avó" ( Mesmo não sendo de sangue, a mae dele me considerava uma neta. )- mas agora, mudei totalmente de opinião em relação a isso. Tchau Dean, não venha nos procurar a menos que seja para nos dar um bom pedido de desculpas com uma boa satisfação. Isso é covardia.
Ele não respondeu. Entrou no carro e foi embora. Senti uma lágrima tentando sair, minha mãe não estava em casa, achei o que ele fez uma coverdia com ela. Entrei em casa e subi para o meu quarto e logo meus melhores amigos me perguntavam o que havia acontecido. Contei toda a história, eles lamentaram e pelo jeito, ficaram triste por me verem chorar. Conversarmos em mais um dia qualquer, mudando o fato que eu e minha mãe fomos abandonadas por um dos caras que eu achava mais legais que ja conheci. Eu estava completamente enganada com aquilo. Eu não iria mais ser boba. Não deixaria nenhum homem que faria algumas coisa dessas perto da minha mãe. Mas eu nunca iria imaginar que o Dean ia fazer isso com a gente.
- Amiga, para de se culpar desse jeito, se ele não era o tipo de pessoa que vocês pensavam que ele era, foi ate bom ele ter saido de casa. - disse Amy
- Amy, também não é assim, mas em certo ponto concordo com você - disse Lince - um cara como ele não merece ter a Kim e a Tia Mari por perto. Não se culpe pelo que ele fez Kim!
- Arghhh!!! da até raiva só de pensar que fomos trouxas. E ele ainda disse que era porque minha mãe ainda amava meu pai. Qual é o problema disso? - Eu disse.
- TODO! - os dois disseram em coro.
- Obrigada, ótimos amigos vocês são!
- Tem todo o problema porque, você ficaria com alguém que gostasse de você mas amasse outra pessoa? - Disse Amy
- Não! - eu disse
- Então! - Lince disse - é a mesma coisa. Ele se sentia mal por isso. Ele amava muito a sua mãe - respondeu Amy
- Se amasse tanto, teria ao menos falado com ela que iria embora.

Um Conto De Fadas ModernoOnde histórias criam vida. Descubra agora