Final - pt. 2

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- Paul – Caminhei rápido para onde eles estavam, sentindo meu pai me seguir atrás de mim. – Você não vai acreditar em quem está aqui.

- Seu pai – Ele respondeu, e Aster caiu na gargalhada. Ela não o conhecia tão bem quanto eu; achou que ele estava fazendo uma piada.

- Trig. – Respondi, encarando-o sem sorrir para que ele entendesse que eu falava sério. De início, os dois riram, mas pude ver os sorrisos murchando em seus rostos quando perceberam que eu não estava brincando. Aster pousou os dois copos que segurava na mesinha perto de nós, e pude ver a cor deixar suas bochechas.

- Você tem certeza?

Ela perguntou, se aproximando de mim e pousando a mão no meu antebraço. Pareceria uma atitude casual a qualquer um que passasse por nós, mas eu podia sentir os seus dedos apertando a minha pele com força e urgência. Não respondi com palavras, mas inclinei a cabeça para onde ele estava, agora já com uma bebida na mão. Ouvi Aster puxar o ar com força.

- O que ele está fazendo aqui? – Paul perguntou, imediatamente adotando uma posição defensiva. Pude jurar que o vi fechando os punhos, e pensei que não seria tão ruim ter um flashback daquela noite na estação de trem.

- Veio atrás de você? – Perguntei para Aster.

- Ou de você – Ela respondeu, e concordei com a cabeça. Não tinha ideia de como ele sabia da festa, mas lá estava ele.

- Vamos embora – Pedi. – Meu chefe já me viu, não preciso mais estar aqui. Vamos sair para jantar nós quatro e...

- Não vou ficar fugindo dele, Ellie. – Aster respondeu, a voz calma e baixa. – Não vou viver minha vida assim. Deixe que ele venha.

Não sei quanto tempo demorou para que Trig nos visse; poderia ter sido um ano, ou alguns minutos. Ele fez contato visual comigo primeiro, depois Aster, e depois voltou-se para mim novamente. Caminhou até nós lentamente, e a única coisa quebrando o clima de tensão entre nós eram pequenas risadinhas que escapavam de meu pai. Honestamente, eu era muito grata pelo quanto ele achava Trig ridículo. Ele nos alcançou ao mesmo tempo em que Margot, que voltava do inferno para me atormentar; um vindo de cada lado. Parecia um pesadelo.

- Vamos, Aster – Trig declarou assim que se aproximou suficientemente de nós, agarrando-a pelo braço. Margot parou a alguns passos de mim, de repente chocada pela atitude dele, enquanto Aster puxava o braço de volta.

- Não vou a lugar nenhum com você. – Ela respondeu, movendo-se para longe dele. Paul colocou-se entre os dois, os punhos ainda cerrados.

- Saia da minha festa, Trig. Eu trabalho aqui. Vou chamar os seguranças. – Declarei, tentando soar mais confiante do que eu me sentia realmente.

- Não me faça perder a cabeça de novo, Ellie...

- Quem é esse, gata? – Margot se aproximou, tocando meu braço.

- Não chame ela de gata – Aster interviu.

- Meu Deus, não me diga que vocês estão juntas agora – Ele riu com escárnio, levando uma das mãos à testa. Eu podia sentir o cheiro de álcool saindo dele, e tive a certeza de que aquele drink não era seu primeiro.

- Bom, segundo a matéria... – Margot respondeu, e eu senti mais vontade de dar na cara dela do que na de Trig, incrivelmente.

- Será que todos nós podemos calar a boca sobre essa matéria, por favor? Porque você está tão obcecada com isso? Eu não vou contar a ninguém que nós nos beijamos um dia no banheiro da firma, pelo amor de Deus!

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