capítulo 2

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~alex pov

Acordo com leves batidas na porta do quarto , ainda meio sonolenta deixo entrar a pessoa e me deparo com a cena mais ridícula possível, dona Chelsea trazendo o pequeno almoço na cama, se eu visse essa cena alguns anos atrás eu ficaria feliz pra caramba mas hoje eu só acho parvo e ridículo.

- bom dia Alex... Feliz aniversário - disse ela meio cabisbaixa.

- bom dia Chelsea - respondo me preparando para o espetáculo que está prestes a começar.

- Sei que não estamos no nosso melhor momento mas , eu sou uma pessoa horrível, eu não sou uma boa mãe - disse com os olhos marejados - é eu não consigo me controlar e simplesmente desconto tudo em você - falou ainda cabisbaixa.

Solto o ar que nem sabia que estava segurando e pergunto - porquê você insiste nisso ein ?- ela me olhou confusa - porra Chelsea, só éramos nós as duas , tínhamos uma a outra e a opção de termos um relacionamento normal, mas não - sorri amarga - tiveste que descontar tudo em uma pobre garotinha que só queria o amor de uma mãe e não de uma bêbada filha da puta egoísta, que só pensa em si própria sem se quer lembrando que pariu uma filha e precisa cuidar da mesma - disse tentando controlar a respiração, já que as lágrimas escorriam der forma desesperada em meu rosto. Porra eu odeio o poder que ela tem sobre as minhas emoções, a forma que ela rasga o meu peito com uma simples frase.

- o que foi ficou sem palavras ?- observo a mulher estática na minha frente, ela olha para mim sem esboçar nenhuma reação.

- filha da puta ... Sussurrou ela.

- o quê que você falou ?- perguntei incrédula pelo que acabei de ouvir.

- FILHA DA PUTA É O QUE VOCÊ É, PREPAREI TODO ESSE DISCURSO DE MERDA PARA VOCÊ NÃO OUVIR!?- gritou ela - QUEM VOCÊ PENSA QUE É, EU NÃO SOU UMA BOA MÃE PARA VOCÊ E NUNCA VOU SER PORQUE VOCÊ ESTRAGOU TUDO , EU NÃO AMO VOCÊ , EU NÃO TE ABORTEI PORQUE O JULIUS OLHARIA PARA MIM COM NOJO DE TER MATADO UM SER VIVO, MAS EU ME ARREPENDO DIA APÓS DIA POR NÃO TER TE ABORTADO SUA VACA SEM AMOR, EU SÓ AMO OS SEUS IRMÃOS ELES SIM SÃO O MEU TESOURO NÃO VOCÊ VADIA - gritou ela enquanto atirava alguns objetos ao chão como a lâmpada , a bandeja com o meu pequeno almoço, mas nada me assustou como devia.

- eu não sou obrigada a ouvir essa merda toda - disse levantando da cama, indo em direção ao meu guarda roupa , abrindo o mesmo , avisto o meu casaco e a mala que estava preparada , retiro os mesmos e ando em direção a porta. Saio do quarto e bato a porta com força,a adrenalina e a raiva dominavam todo o meu corpo , estava fora de mim. Desço as escadas de forma rápida, desesperada para sair desse ar tóxico que tanto me sufocava, ultrapasso a cozinha e quando as minhas mãos finalmente alcançam a maçaneta da porta que dá acesso a rua , oiço um grito histérico vindo da escada :

- ONDE VOCÊ PENSA QUE VAI SUA VADIA!?

- ESTOU INDO PARA BEM LONGE DE VOCÊ SUA PUTA DESGRAÇADA - gritei de volta

- SAIA DAQUI, DESAPAREÇA!! - no mesmo instante ela atira a garrafa de whisky que até então estava em suas mãos na minha direção , por sorte fechei a porta no mesmo instante em que a garrafa foi atirada e o que ouvi foi o estrondo da garrafa partindo na porta.

Vou em direção a garagem e abro o meu carro, jogo os meus pertences dentro do mesmo e conduzo em direção a casa de Marcus minha salvação no momento. Durante o trajeto me permito chorar ao som de Billie eilish , choro por toda merda que já vivi, choro pela atitude que tomei, choro pela coragem que tive , choro pela relação conturbada com Chelsea, choro por tudo, tudo mesmo. Imagine a minha situação, uma adolescente de 17 anos , no meio da madrugada, que acabou de ter uma discussão desgastante com a sua própria mãe, dirigindo na chuva ao som de Billie eilish, ruína total é o momento em que me encontro agora...

Chegando na casa de Marcus a chuva se intensifica, desço do carro correndo em direção a porta e toco a campainha de forma desesperada , o medo de apanhar uma pneumonia é grande mas a crise de pânico é maior , assim que a porta é aberta encaro o rapaz alto na minha frente que pergunta:

- Alex?- perguntou o garoto aparentemente confuso- O que você faz aqui a essa hora?

Não o respondi, apenas o abracei e senti as lágrimas molharem meu rosto e ele não questiona apenas respeita o meu momento e me abraça de volta .

improvávelmente ImprovávelOnde histórias criam vida. Descubra agora