08.

201 81 120
                                    


Após despertar com os feixes de luz que entravam pela janela, tomo uma xícara de café e me apronto para mais um dia cheio de burocracias no escritório, hoje é o dia mais importante do ano, dia de reunião com os acionistas da empresa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Após despertar com os feixes de luz que entravam pela janela, tomo uma xícara de café e me apronto para mais um dia cheio de burocracias no escritório, hoje é o dia mais importante do ano, dia de reunião com os acionistas da empresa.

Odeio terno e gravata, mas hoje me vejo na obrigação de estar aprazível, visto então um terno de corte italiano cinza, camisa social branca e uma gravata na mesma cor do terno.

Olho rapidamente a barra de notificações do celular, ignoro algumas e abro a mensagem de Désirée.

"Não irei hoje ao escritório" -Désirée Leblanc 04:33 am.

Franzo a testa e ligo para Désirée, o telefone chama por diversas vezes e cai na caixa postal, após mais uma tentativa deixo um recado.

— Désirée, como você deve saber hoje temos uma reunião importante no escritório, e não ir obviamente não está dentre as opções.

Calço os sapatos e acendo um cigarro, não demora muito o telefone começa a tocar, olho o visor e o nome de Désirée surgi a tela, largo o cigarro sob o cinzeiro na mesa de centro e atendo.

— Aconteceu alguma coisa? — Pergunto, colocando a chamada no viva-voz.

— Não, só estou bêbada, não consigo lidar com aquele bando de engravatado idiota, incluindo você.  — Ela me responde, entre soluços.

Solto um riso nasal antes de responder.

— Bem, bêbada ou não, preciso de você no escritório hoje, ou então está demitida.

— O quê? Você não faria isso.

— Eu ainda sou seu chefe Désirée, não se esqueça disso.

Encerro a chamada antes que ela possa responder, pego o cigarro no cinzeiro dou uma longa tragada sentindo a nicotina preencher os meus pulmões, em seguida vou soltando lentamente a fumaça antes de apagá-lo pressionando a brasa acessa contra a porcelana vermelha do cinzeiro, em seguida me levanto do sofá apanho a chave do carro sob o balcão da cozinha e deixo o apartamento.

[...]

Quarenta minutos e um péssimo trânsito depois, estou sentado na cadeira da minha sala, olhando impacientemente para o relógio na parede, são 7:00, a reunião é daqui vinte e cinco minutos e nenhum sinal da Désirée, incomodado com isso, levanto da cadeira e deixo a sala.

Caminho de um lado para o outro, enquanto os minutos passam como raios, percebo Angelina chegar, então vou até ela a fim de saber notícias sobre Désirée, já que as duas saíram juntas daqui ontem.

— Bom dia Angelina, poderia me dizer onde a Désirée está? — Pergunto, ao me aproximar.

— Não nasci grudada com ela, Robert. — Ela me responde com desdém sem ao menos me olhar.

— Vocês saíram juntas daqui, não é possível que você não saiba me dizer onde ela está, a propósito, você está atrasada.

Sinto meu rosto aos poucos começar a esquentar, reflexo do estresse nas primeiras horas da manhã, Angelina me olha e solta um riso nasal.

— Você está parecendo um pimentão Robert, a Désirée me deixou em casa ontem e saiu, não sei para onde ela foi e desde quando você se preocupa com ela?

— Ela é a porra da assistente financeira desse escritório, não é com ela que me preocupo, mas sim com o meu cargo que está em xeque se ela não aparecer.

Angelina sacode a cabeça em negação.

— Você é um escroto mesmo né? — Ela diz e em seguida passa por mim esbarrando propositalmente em meu ombro.

Volto para minha sala, batendo a porta com força atrás de mim, ligo para Désirée novamente, mas só dá caixa postal.

O relógio já marca 7:15, o telefone sob a mesa toca, atendo com certa impaciência.

— Os acionistas chegaram Robert, estão na sala de reuniões esperando por você. — Verônica diz do outro lado da linha.

— Já estou indo, obrigado Verônica.

Deixo o meu escritório e caminho pelo largo corredor, entrando na grande porta de vidro ao final dele.

Cumprimento a todos os presentes e me sento na cabeceira esquerda da grande mesa de vidro.

— A senhorita Leblanc não irá participar dessa reunião conosco, Robert? — Pergunta um dos acionistas.

— Ela irá, mas o trânsito não está ajudando hoje, vocês poderiam me dar licença por um minuto.

— Claro, temos alguns minutos de sobra. — Responde outro acionista.

Deixo a sala a tempo de ver Désirée saindo do elevador, ela está péssima, com a mesma roupa de ontem, cabelos desalinhados e olhos inchados, sua aparência está horrível de um jeito que eu nunca vi antes.

Corro até ela a puxando pelo braço para um canto com pouca visibilidade.

— Ai, que isso? — Ela diz, segurando minha mão tentando se desvencilhar. — Está machucando!

Agarro o outro braço dela a segurando firme para que ela me olhe.

— Que cheiro é esse?  Isso no seu sapato é vômito? — Pergunto, ao perceber uma mancha amarelada no bico do sapato dela.

Désirée rir antes de responder.

— Dever ser, não sei. — Ela responde, olhando para o seu pé.

— Que porra aconteceu com você?

— Você aconteceu comigo Robert, me solta, já disse que está me machucando.

Solto os braços de Désirée e a encaro por um momento, percebo seus olhos se encherem de lágrimas.

— Desculpa, não deveria ter te segurado dessa forma.

Désirée não me responde, somente desvia o olhar, não demora muito, Angelina se aproxima e eu me afasto um pouco.

— Robert, estão te chamando na sala... — Angelina para de falar abruptamente ao se deparar com o estado deplorável de Désirée.

— Dá um jeito nisso, preciso dela no mínimo apresentável.

— Ela não é uma boneca Robert, dá licença. — Angelina diz pegando na mão de Désirée indo em direção ao banheiro feminino.

Inspiro pesadamente passando a mão na nuca e retorno a sala de reuniões.

JOGO PERVERSO [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora