O alarme desperta pela milésima vez, me obrigando a levantar e ser adulta.Com os olhos pesados de sono, caminho até o banheiro e tomo um longo banho, na esperança de que isso ajude a criar a coragem necessária para enfrentar a semana, na verdade, a última semana do ano, faltam apenas dois dias para a véspera de natal, tenho planos na verdade, planos que incluem o Robert, um jantar, que provavelmente vai acabar em sexo, mas é isso ou passar sozinha, já que estou há quilômetros de casa e confesso que pensar nisso me entristece, é o primeiro natal que passo longe da minha mãe, e tudo o que eu mais queria era o colo dela, já que sempre fomos eu e ela nas horas mais difíceis, mesmo tendo um irmão, sabemos que papo de garotas é somente para garotas.
Alguns minutos após o banho estou terminando de me aprontar, uso um vestido preto, com um par de brincos, os cabelos presos num coque e uma maquiagem básica para disfarçar a noite mal dormida, dou uma última checada no meu reflexo no espelho e deixo o quarto, indo para a sala buscar o meu par de sapatos favoritos que estão debaixo do sofá desde a última sexta-feira, assim que os calços reúno minhas pastas em cima da mesa de centro juntamente com o chaveiro com a chave do carro e do apartamento sigo rumo a porta, dou uma última olhada me certificando que não esqueci nada e deixo o apartamento.
[...]
Quarenta minutos depois, estou sentada na minha mesa, e foco apenas em trabalhar, mas não demora muito para que Robert note a minha presença
— Caiu da cama princesa? — Ele pergunta sem tirar os olhos do decote em V em meu vestido.
— Preciso que você confira esses relatórios até o fim do dia, são as pautas da reunião de amanhã com os acionistas — Respondo entregando as pastas que estavam sob a minha mesa.
Robert então, estende a mão e apanha as pastas, após isso ele dá a volta por trás da cadeira que estou sentada, se abaixa próximo a mim e coloca sua mão livre sob a minha perna, sinto um arrepio percorrer a minha espinha quando o ar quente de sua respiração entra em contato com a lateral do meu pescoço.
— Você está muito gostosa nesse vestido, por mim, eu te foderia aqui e agora — Diz ele, sussurrando no meu ouvido e subindo um pouco a mão pela minha perna
— Aqui não Robert. — Digo e puxo a cadeira para frente me afastando do seu toque. — Só me entrega isso até fim do dia, por favor.
Robert se ergue mordendo os lábios e acena positivamente com a cabeça em seguida some pelo corredor, suspiro aliviada.
Olho para trás e percebo que Angelina nos observava de longe, afasto a cadeira um pouco para trás, me levanto e vou até a mesa dela.
— Bom dia Angeli, como estão os preparativos da confraternização — Pergunto, sorrindo.
Angelina ou Angeli, como eu a chamo, tem sido uma grande amiga desde que cheguei aqui, sempre disposta a me ajudar, me deu total apoio no período de transição e sabe de quase tudo que acontece comigo, decerto ela saiba que eu estou transando com o Robert desde a minha segunda semana aqui no escritório, na verdade, eu acho que 90% desse escritório sabe ou desconfia disso, talvez por isso que tirando a Angeli, o resto das mulheres ficam sempre cochichando ao me verem chegar.
— Bom dia meu amor! — Ela responde e abre os braços para me abraçar e confesso, estava realmente precisando de um abraço, nos seguramos por alguns segundos — Indo, as pessoas aqui são extremamente sovinas, você vem? — Angeli completa ao nos separarmos.
— É, talvez, convidei o Robert para jantar comigo na véspera, mas devo passar aqui antes para te desejar um feliz natal. — Respondo, com um sorriso largo no rosto.
— Jantar? Com o Robert? Essa é a confirmação de que eu precisava. — Angeli diz e cruza os braços.
— Confirmação de quê? — Indago, também cruzando os braços.
—Você está transando com o Robert e digo mais, está se apaixonando— Diz ela, enquanto me encara.
— Transando estamos sim, me apaixonando obviamente que não, além do mais...
— Dess — Angeli me interrompe. — Mentir para si, é sempre a pior mentira.
— Angeli, eu não estou apaixonada por ele, juro, só o sexo é bom e é só um jantar.
— Amiga, olha só — ela diz, pegando gentilmente em minhas mãos. — O Robert é um escroto, não vale nada, metade dessa empresa já transou com ele, definitivamente o Robert não presta, só toma cuidado porque você pode sair muito magoada dessa história.
Sinto o peso das palavras de Angeli, mas tento não transparecer, disfarçando com um sorriso e afagando as mãos dela com as pontas dos polegares.
— Eu tenho tudo sob controle.
— Eu espero mesmo que tenha, agora vamos trabalhar que o dia só começou.
Consentindo com a cabeça solto as mãos de Angeli e sigo de volta para a minha mesa com as palavras dela ainda ecoando em minha mente.
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JOGO PERVERSO [DEGUSTAÇÃO]
RomantizmDésirée Leblanc, tem 25 anos e ao se mudar de Nice (França) para Edimburgo (Escócia) em busca de uma vida melhor conhece Robert Scott, quinze anos mais velho e acaba se apaixonando por ele. O problema não é a diferença de idade entre eles e sim a...