32

28 5 78
                                    

Enrico Delvecchio

Algumas semanas depois…

— Eu estou muito feliz que veio me visitar, minha agente cupido. — Sorrio enquanto Celina beberica seu chá.

— Como não vir? — Ela sorri e dispõe a xícara na mesa. — O senhor me pediu notícias e eu acho que vir pessoalmente seria melhor.

— De fato, eu preciso de companhia. Essas meninas vivem pra lá e pra cá. — Dou de ombros. — Vamos, me conte sobre nossos pombinhos, os pais do pombinho precisam de notícias também.

— Bem, vim falar sobre isso. — Celina faz um semblante triste. — A ex dele está agenciando as modelos, as coisas não estão lá tão românticas quanto antes. Ele tenta, é verdade, está sempre com Juli e deixou claro para a Cynthia que não quer saber dela, mas a Juli….

— Julieta é desconfiada demais, nunca vai botar os dois pés por medo de se afundar. — Me levanto olhando os livros pela sala. — Não tiro a razão dela, ela já perdeu tanto. Sei como minha neta sofre, eu quero ela feliz.

— Todos nós queremos. — Celina sussurra e noto certa preocupação em seu olhar.

— O que está acontecendo, Celina? Algo está acontecendo com a minha neta? Você sabe que eu brinco para ser cupido. Apenas porque sei que ela jamais daria um passo à frente e principalmente porque Martín e ela se amam antes de saber o que era amor.

— Sim, sim eu sei. É visível como ele faz bem a ela. — Celina tenta sorrir, mas algo está acontecendo e está estampando em seu rosto.

— Mas? Me conte o que está acontecendo! — Me sinto preocupado.

— Alguém está tentando nos sabotar. —  Celina sussurra. — Juli voltou a se fechar, mal conversamos, ela não está almoçando mais, passa o dia inteiro no escritório, se precisa de algo, manda e-mail, mal fala conosco. Não sabemos o que está acontecendo, ela não nos conta. Estou com medo do que ela esconde.

— Mas já passamos por isso, não passamos? Julieta se saiu muito bem.

— Sim, mas não sei….acho que ela recebe ameaças no celular! — Celina suspira.

— Como assim? — Me viro para a jovem à minha frente.

— É como uma batalha. Julieta está se preparando, parece que ela sabe tudo o que vai acontecer, como se a pessoa estivesse ameaçando ela. Ela pediu o dobro de tudo, desenhos, roupas, sapatos, acessórios. Tudo dobrado, tudo tem que estar num carro que ela vai alugar porque não confia de colocar no carro dela. É como se na festa tudo pode acontecer.

— Mas como? Como isso está acontecendo? Ela não fala nada?

— Não, ela não nos conta. Não sabemos o que está acontecendo, mas algo acontece, as ligações ela fica pálida a cada ligação misteriosa e logo depois ela faz algo. Por exemplo, ela recebeu uma ligação e logo depois decidiu encomendar com outro buffet doces e outro bolo. Como se alguém tivesse ligado e informado algo. Sei que Julieta é inteligente, mas até que ponto esses sabotadores não estão mexendo na cabeça dela?

— Estar no escuro, nos deixa sem ação. Você não consegue descobrir as coisas? Conversar aqui e ali?

— Tudo acontece no celular dela, eu tenho acesso às linhas telefônicas, mas não acontece nada nas ligações.

— Contate advogados, coloque coisas importantes no cofre, aja como ela, no escuro,precisamos ajudá-la, sem que ela saiba. Julieta tem essa necessidade de provar que consegue, precisamos ajudar ela, sem que saiba.

— Sim, senhor, vou fazer isso. Coletar tudo que eu puder.

— Muito bem e continue tentando juntar nosso casal. Martín sabe disso?

Uma CEO inalcançável.Onde histórias criam vida. Descubra agora