Martín
Depois de correr com meu irmão para o médico, eu aguardo na sala de espera, enquanto eles preparam e aplicam o gesso em sua perna.
Sentado, em uma cadeira de uma sala praticamente vazia, onde escuto uma televisão ao fundo. Saco o celular do bolso do terno e olho as chamadas perdidas.
Será que a Julieta me ligou?. Reflito um tanto ansioso.
Nenhuma mensagem ou chamada, sinto que isso me desanima um pouco e minha memória traz à tona os dias da nossa viagem. Quem diria! Agora agimos como dois estranhos.
Não sei como o encanto acabou e parece que tudo entre nós se acabou…
Meu irmão retorna com uma perna engessada e uma muleta como apoio. O médico dá as indicações necessárias, um atestado para as aulas e solicita repouso. Agradeço e depois de pagar a conta, seguimos para casa.
A sexta acaba rapidamente como um borrão e o sábado começa de um jeito monótono e cheio de lembranças e saudades.
Será que eu fiz algo? Me questiono aflito.
Eu sinto tanta saudades dela, do jeito tímido e lindo que ela tem, do modo como acaba ficando menor do que já é.
Do jeito que implica comigo e sempre faz o que quer, gosto muito de ver sua força na empresa, como cresce e coloca tudo no lugar.E se eu ligar? Como uma segunda voz, meu coração dispara ansioso. É isso! Vou ligar.
Em meu quarto, no fim do dia que passou como outro borrão monótono, eu disco os números e espero ansioso.
— Alô? — Juli responde com uma voz baixinha. Guerra de travesseiros !!! — escuto uma das irmãs falarem. — Espera um pouquinho. — escuto novamente seu movimento e tudo silencia. — pronto.
— Oi Juli, como vai? — Tento ser educado.
— Oi, tudo bem com você? Eu não sabia se devia ligar. — Ela queria me ligar!
— Tudo bem, podia ligar sim. — Abro um sorriso.
— Bom saber, eu… Eu vou ligar sim.
— Enfim...— Dou risada criando coragem.— Eu pensei que você e eu poderíamos nos encontrar domingo e ver algumas coisas do apartamento, você lembra? Disse que ia ser minha designer de interiores. — Agradeço mentalmente por pensar rápido.
— Sim! É verdade, eu estava pensando nisso esses dias. Podemos sim, depois do almoço? Sabe que domingo é sagrado aqui.
— Sim, aqui é igual. Depois do almoço eu passo e te busco tudo bem? — Sorrio pensando que deu tudo certo.
— Tudo bem, combinado. Até amanhã Martín!
— Até amanhã, Juli. — Encerro a ligação e fico pensando no que fazer para passar esse tempo voando.
Dormir já é um bom início. Penso enquanto ajeito as cobertas rindo.
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Uma CEO inalcançável.
RomanceJulieta Delvecchio é a irmã mais velha das quatro irmãs Delvecchio. Criada em uma família típica italiana por seu avô Enrico. Ela é a CEO da empresa da família. Com quase trinta anos, Julieta é casada com o seu trabalho, não acreditando no amor...