Capítulo VI

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Vallerye

Acordo confusa, a visão lutando para se adaptar a alta claridade do ambiente.

Estou no meu quarto.

Me sinto fraca, e não lembro muito bem do que aconteceu antes de eu perder a consciência.
As imagens vem e vão por longos minutos, tudo é muito abstrato, e minha cabeça dói muito. Tento forçar meus músculos a sentar na cama, mas falho miseravelmente.

— Você deve ficar deitada. — é a voz de Delaney.

Parece vim de muito longe, mas então percebo que ela está sentada próximo a cama. Parece estar aqui a algum tempo considerando sua aparência cansada.

— O que aconteceu? — pergunto. Todo meu corpo dói ao menor sinal de movimento.

Delaney tenciona seu corpo na cadeira em que está sentada, seu rosto fica sério.

— Você saberá na hora certa. Eu e seu pai
escondemos por muito tempo, mas temo que agora seja tarde.

Em um breve instante as imagens tomam conta da minha mente de uma vez só.

As sombras. A força dentro do meu corpo. A minha conversa com Vaarion.

Pelos Deuses, Vaarion.

Meu amigo. Eu atingi meu melhor amigo.

— Onde está Vaarion? — pergunto, preocupada e quase impaciente.

— Ele está bem. É um jovem de sorte. Consegui curá-lo a tempo — Delaney levanta e me obriga a continuar deitada. — Você deve descansar, Vallerye. Deixarei você sozinha.

Ela passa pela porta e ouço o som dela fechando.
Minha cabeça cai latejando no travesseiro.

Como poderia descansar com tudo que aconteceu? Não consigo nem ao menos entender o que aconteceu.

Nada mais faz sentido. Minha vida foi uma mentira? Meu pai fez dela uma mentira?

São tantas perguntas pras quais não tenho nenhuma resposta.

Isso me desespera mais do que tudo.

Delaney falou que eles tentaram esconder, mas esconder o quê? E por que?

Consigo lembrar do sentimento que cresceu quando Vaarion me fez perguntas sobre mim.

Perceber que não sabia nada sobre o que eu sou, e porque estou presa me deixou sem chão. Eu me vi em um poço fundo e escuro, sem nada para me puxar para fora. Foi então que uma névoa surgiu, ela rodeou os meus braços e me arrastou para fora da escuridão, eu me senti livre ao toque dela, me senti bem. No entanto, aquele aperto ainda estava ali, então eu ouvi um grito, e tenho certeza que era meu.
Quando me dei conta, Vaarion já tinha sido arremessado para longe e eu já estava cambaleando em sua direção.

Consigo lembrar de mais três sombras surgindo sobre meus olhos.

Meu pai, Rei Edward e Delaney.

Lembro de ouvir uma delas falando alguma coisa que não sei se entendi bem e segurando meu corpo quando ele não tinha mais forças para se manter de pé.

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