"Homens temem mulheres que dizem exatamente o que pensam".
— Lady Joan MorrisonJoan Morrison estava muito animada com destino que escolhera. Apesar de ter passado um bom tempo sob o Sol desagradável, em uma fila que não parecia andar, ela manteve o sorriso no rosto, sabendo que se tornaria independente. A lady planejou aquela fuga por meses, pois tinha a certeza de que a mãe seria irredutível em relação a necessidade de ela debutar. Sem outra escolha, Joan Morrison, arquitetou uma forma de partir para América, como uma serviçal, sob a identidade de falsa de Jolie Taylor, uma jovem qualquer em busca de novas oportunidades em um país promissor. Assim, naquela manhã ensolarada, em 14 de abril de 1890, lady Joan Morrison, embarcou furtivamente no SS City of New York, um dos navios mais luxuosos da época, deixando o passado, bem como a importante família para trás.
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Lá estava Joan, segurando uma única mala marrom nas mãos, mantendo a postura alinhada enquanto a senhora Margareth Gibson, responsável pelas camareiras, a avaliava dos pés à cabeça, fazendo uma série de questionamentos as quais a lady respondeu conforme havia ensaiado.
— Senhorita Taylor, aqui na sua ficha consta que trabalhou na casa de lady Anastácia Morrison, a duquesa de Hereford, quanto tempo ofereceu serviços a ela? Quais eram as suas obrigações?
— Trabalhei para lady Morrison quando ela ainda era lady Lumb, antes de se casar e mudar de residência. Tivemos uma relação empregatícia que durou mais de dois anos, desde que ela voltara à Londres. Eu era uma das criadas da casa e a auxiliava em seus afazeres pessoais. Foi ela quem me indicou este trabalho, aqui no navio, como camareira. — Joan mentiu deliberadamente, pois Any não fazia ideia de que ela usara a influência dela para fugir de Londres.
A rechonchuda senhora Gibson apertou os lábios levemente enrugados em uma linha fina e prosseguiu o interrogatório:
— Alguma vez já trabalhou em um navio?
— Não senhora, mas asseguro-te que aprendo rápido. Sou organizada e prestativa. Serei capaz de realizar qualquer serviço que me solicitar.
A senhora Gibson escreveu algo na folha presa a prancheta, tornou a fixar aqueles olhos azuis cinzentos, quase no mesmo tom de seus cabelos grisalhos e perguntou:
— Por qual razão demostrou interesse em trabalhar no SS City of New York?
— Preciso ir a América e também necessito de dinheiro, achei por bem unir as duas necessidades, lucrando enquanto viajo. Não tenho a intenção de retornar, caso aceite os meus serviços, não poderá contar comigo na volta. Tenho como objetivo me estabelecer em Nova York.
A mulher encarou Joan por um instante, pela primeira vez tentando compreendê-la, então balançou a cabeça, guardou a caneta no avental cinza e disse por fim:
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Como Domar Lorde Devil
Ficción históricaNo final do século XIX, a sociedade britânica passava por significativas mudanças, todavia um fato continuava imutável: mulheres eram pressionadas a se casar. Na década de 1890, lady Katherine Morrison, mãe do importante duque de Hereford, decidiu q...