Seja Minha

Capítulo 25

Jake

Decidi que quero novas dançarinas na boate e ordenei que chamassem algumas garotas para um teste. Quando chego no local logo as vejo espalhadas pela área, algumas loiras, duas ou três ruivas, mas fixo em uma de cabelo escuro que está parada de costas para mim. Uma grande tatuagem pela extensão de sua coluna desperta a minha atenção e sem que eu perceba já estou caminhando em sua direção.
O desenho é familiar e não preciso ver seu rosto para saber de quem se trata. Pouso minha mão em seu ombro e ela se vira lentamente.

- Emma?
- Oi! - Ela responde sorridente e me puxa para um abraço.
- Você sumiu no mapa. Achei que tivesse morrido.
- Credo! Não! Eu só... Me afastei por um tempo, era necessário, você sabe.
- Sei.
- Já estou sabendo da novidade.
- E imagino que isso a deixou tranquila para voltar.
- Claro! Sabe que gosto de trabalhar com vocês. Quando fui embora foi horrível...
- Senti sua falta também.
- Mas me fala, Arthur teve mesmo o que mereceu? - Ela pergunta, ansiosa pela resposta.
- Você sabe que sim. Não deixaríamos passar batido as merdas que ele fez. - Passo o braço ao redor de seu ombro e a puxo para longe do grupo de mulheres esperando para o tal teste. - Também sabe que não precisa passar por essa etapa. Você já é da casa.
- É sério?
- Não brinco com você.
- Obrigada! Sendo assim, acho que estou liberada, né?
- Não mesmo. Sobe e vai se arrumar. Abrimos mais cedo hoje. - Emma concorda e segue para o camarim enquanto eu tomo o caminho para minha sala.

Sozinho, despenco em minha cadeira me virando para os grandes vidros atrás de mim para apreciar a vista da cidade que já começa a ser tomada pela noite.
Passo um tempo acertando alguns negócios e então cerca de duas horas depois saio e vou direto para o bar. Peço um drink e então volto o olhar para o camarote onde duas dançarinas sensualizam numa barra de pole. E lá está ela, linda como sempre, Emma chama a atenção de todos que estão sentados assistindo ao show.
Me aproximo e fico olhando de pé. Logo ela nota minha presença e então a coisa se torna um pouco mais particular. Emma passa a dançar virada para mim, olhando diretamente em meus olhos enquanto gira naquela barra. Assisto por algum tempo até que faço um sinal para ela que vem logo em seguida, saindo de onde estava sem dizer nada para os que ali estavam a admirando.
Dou as costas para ela e caminho até um corredor privado onde não há mais ninguém e logo ouço o som de seu sapato ecoando.

- Era pra você. - Ela diz e quando paro ainda de costas ela me alcança segurando meus ombros e então passa a sussurrar em meu ouvido. - Você gostou?
- Estaria louco se dissesse que não. - Fecho os olhos quando Emma segura meu pescoço e sinto sua língua quente passar por minha nuca. - Mas te chamei pra trabalhar aqui, Emma. Não quero nada em troca, fica tranquila.
- O que? - Sua voz carrega um tom de decepção.
- Te mando mensagem depois. Vou pra casa.
- E eu?
- Volte ao trabalho. Ou vá embora, você é quem sabe, está liberada por hoje.

Joe

Há um ano e três meses conheci Paige. Ainda consigo me lembrar de detalhes do dia em que vi a minha namorada pela primeira vez, que até então era apenas mais uma modelo na agência. E há um certo tempo venho desejando tê-la todo o tempo. Podemos passar dias, até mesmo semanas juntos em minha casa mas sinto que ainda falta algo, acho que a consciência de que ela ainda tem outro lugar para ir me causa isso. E esse foi o último motivo da minha enorme lista de razões para pedir Paige em casamento. E é exatamente isso que farei.
Inventei um trabalho em Nova York e vamos viajar para lá amanhã. Aquela cidade marcou nosso início então não consigo pensar em outro lugar melhor para fazer isso.
Agora estou em uma joalheria com Liz para buscar o anel que encomendei exatamente para Paige, pedi algo exclusivo, para que ninguém mais tenha.

- Eu tô surtando de felicidades, Joe! Até certo tempo atrás eu estava tentando convencer a Paige de que a relação de vocês não era estritamente profissional, como ela insistia em falar e agora vocês vão se CASAR!
- Liz, calma. - Sorrio com a empolgação de Liz, sei que é genuíno e me alegra o fato de Paige ter alguém assim ao seu lado. - Ainda preciso que ela diga "sim".
- Meu Deus, Joe. E você acha que há outra resposta possível para ela te dar?! Por favor né, minha amiga te ama tanto quanto você a ama.
- Obrigada pelo apoio moral, Liz. Agora vamos porque tenho que terminar de me organizar. Não posso te deixar em casa porque ela desconfiaria, onde quer ficar?
- Pode me deixar na casa do meu irmão.
- Certo.